Ministro do Supremo nega habeas corpus à ‘viúva da Mega-Sena’
Adriana Ferreira foi condenada a 20 anos pelo assassinato do marido

O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes negou habeas corpus em favor da cabeleireira Adriana Ferreira Almeida, que ficou conhecida como “a viúva da Mega-Sena”. Ela foi condenada a 20 anos de reclusão em regime inicial fechado como mandante do assassinato, em janeiro de 2007, do marido, o lavrador Reneé Sena, que havia acertado sozinho na loteria um prêmio de R$ 52 milhões.
No pedido de soltura, a defesa alegou que Adriana Almeida sofre constrangimento ilegal em razão da execução provisória da pena e pediu que ela fosse beneficiada pelo recente entendimento de que a confirmação da condenação em segunda instância não autoriza a prisão, pois não foram esgotados todos os recursos (trânsito em julgado).
O relator ministro Alexandre de Moraes, no entanto, afastou a tese de desrespeito ao entendimento firmado pelo STF no julgamento das ações direta de constitucionalidade. Ele argumentou que isso somente ocorreria se tivesse sido concedido a Adriana, na sentença condenatória, o direito de recorrer em liberdade, e após o julgamento da apelação pelo Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro, tivesse sido determinada a sua prisão.
Segundo o ministro, o julgado do Supremo é claro ao dispor que o entendimento não alcança prisões preventivas. “Em outras palavras, esta Corte, por maioria, apenas assentou a constitucionalidade do artigo 283 do Código de Processo Penal, não permitindo a prisão em decorrência do acórdão de segunda instância. Entretanto, isso não impediu – nem poderia – a manutenção daqueles presos por força da prisão preventiva, caso dos autos”.
O crime
O lavrador Renné Senna ganhou R$ 52 milhões na Mega-Sena em julho de 2005, e foi assassinado quase dois anos depois, com quatro tiros, quando conversava com amigos na porta de um bar em Rio Bonito (RJ), onde morava. A viúva Adriana Almeida foi apontada pela polícia como a mandante do crime, supostamente motivada pela herança. Cabeleireira na cidade, ela conheceu Renné em uma festa de Natal na casa que ele havia comprado em um condomínio de luxo no Recreio dos Bandeirantes, zona oeste do Rio.
Durante a festa, os dois se aproximaram e começaram a namorar. Ele decidiu voltar para Rio Bonito, onde nascera, e meses depois casou-se com Adriana. A vítima sofria de diabetes e teve de amputar as duas pernas, em consequência da doença. Ele andava em um quadriciclo pela cidade e tinha o hábito de, nos finais de semana, ir a um bar conversar e tomar cerveja com amigos, quando foi assassinado. Os matadores estavam em uma moto e fizeram diversos disparos contra Renné, que morreu na hora
De acordo com a denúncia do Ministério Público do Estado do Rio de Janeiro, Adriana ofereceu recompensa a cinco comparsas para planejarem e executarem o crime, pois era beneficiária da fortuna do marido.
Mais notícias
-
Justiça
14h00 de 19/10/2025
Justiça rejeita pedido para barrar gastos da União com viagens de Janja
Decisão apontou ausência de indícios de ilegalidade ou dano ao patrimônio público
-
Justiça
06h34 de 18/10/2025
Em último ato, Luís Roberto Barroso vota a favor da descriminalização do aborto
Voto do magistrado marcou a despedida do ministro do STF
-
Justiça
15h04 de 17/10/2025
Ministro Barroso decide julgar descriminalização do aborto
Barroso apresentou o pedido na véspera de sua saída da Corte, que será neste sábado (18)
-
Justiça
08h52 de 16/10/2025
Ex-vereador suspeito de matar jovem grávida na Bahia vai a júri popular
Corpo nunca foi encontrado; Valdinei da Silva Caires foi preso em 2023 acusado de homicídio qualificado
-
Justiça
08h17 de 16/10/2025
Ex-candidato a prefeito na Bahia é preso em operação contra adulteração de combustíveis
Operação Primus prevê bloqueio de até R$ 6,5 bilhões em bens dos investigados; policiais cumprem mandados na Bahia, São Paulo e Rio de Janeiro nesta quinta (16)
-
Justiça
09h50 de 15/10/2025
MP-BA aciona concessionária por descumprir acordo e cobrar pedágio na Estrada do Coco
Concessionária Litoral Norte (CLN) firmou acordo em 2001 de isenção de pedágio para visitantes do Parque Ecológico em Camaçari
-
Justiça
11h36 de 14/10/2025
Barroso já tem data para deixar cargo no STF; saiba quando
Luís Roberto Barroso anunciou a aposentadoria antecipada na última quinta-feira (9)
-
Justiça
08h04 de 14/10/2025
STF invalida lei da Bahia que limitava sanções do tribunal de contas a gestores públicos
Supremo decidiu que lei proposta pelo deputado Adolfo Menezes (PSD) é inconstitucional
-
Justiça
17h59 de 13/10/2025
TJ-BA se reúne com sindicato para discutir reajuste salarial de servidores
Conversa ocorre após a categoria ter realizado neste ano
-
Justiça
10h59 de 11/10/2025
Dino vence ação por morte do filho e hospital é condenado a pagar R$ 1,2 mi
Marcelo Dino tinha 13 anos quando caso aconteceu, em 2012; se estivesse vivo, teria 27 anos