Publicado em 22/12/2020 às 12h44.

MP: Crivella era chamado de ‘zero um’ em troca de mensagens sobre propina

Prefeito do Rio foi preso na manhã desta terça-feira em investigação que mira desvio de dinheiro em sua gestão

Redação
Foto: Tomaz Silva/ Arquivo/ Agência Brasil
Foto: Tomaz Silva/ Arquivo/Agência Brasil

 

O prefeito Marcelo Crivella (Republicanos) era chamado por integrantes do chamado “QG da Propina” pelo codinome “zero um”. O apelido está descrito na decisão judicial que autorizou a prisão do bispo da Igreja Universal na manhã desta terça-feira (22). Outras seis pessoas foram detidas na mesma operação, deflagrada pela Polícia Federal e do Ministério Público do Rio de janeiro

De acordo com o documento, “o Ministério Público [do Rio de Janeiro] juntou cópias de mensagens trocadas via WhatsApp entre integrantes do grupo criminoso, em que cobravam determinada quantia em espécie a pedido do Zero Um” – apelido atribuído ao prefeito.

Segundo a desembargadora Rosa Helena Penna Macedo Guita, Rafael Alves, irmão de Marcelo Alves — que foi presidente da Riotur— cobrava propina para autorizar o pagamento de faturas atrasadas a empresas credoras. O valor destinado ao irmão era de 20% a 30% e outro percentual, não citado, era destinado ao prefeito Marcelo Crivella.

As investigações sobre o caso começaram após o acordo de delação premiada firmado com o doleiro Sérgio Mizrahy, preso preventivamente no âmbito da Operação “Câmbio, Desligo” deflagrada pela Força Tarefa da Lava Jato no Rio de Janeiro em maio de 2018.

Ainda de acordo com a decisão, Sérgio Mizrahy e outras testemunhas apresentaram provas que revelaram ao MP a suposta existência “de um intricado esquema criminoso envolvendo membros da administração municipal, empresários, pessoas físicas e jurídica que funcionavam como laranjas, além de operadores de esquema, os quais, apesar de não possuírem qualquer vínculo efetivo com a estrutura da prefeitura, interferiam nas tomas de decisão, agilizando pagamentos a empresas específicas e interferindo nos processos de licitação, de forma a beneficiar aqueles empresários que assentiam em pagar propina ao grupo criminoso”.

A ação que levou à prisão de Crivella é um desdobramento da Operação Hades, deflagrada em março, que investiga um suposto esquema de pagamentos de propina para a liberação de contratos da Prefeitura do Rio, chamado de “QG da Propina”. No total, a polícia tenta cumprir sete mandados de prisão.

(Com informações do portal UOL).

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