Publicado em 02/02/2022 às 12h20.

Polícia Federal conclui que Bolsonaro vazou dados sigilosos

Delegada afirmou que ausência do presidente em depoimento não atrapalhou investigação

Redação
Foto: Reprodução / Facebook
Foto: Reprodução / Facebook

 

A Polícia Federal (PF) concluiu que o presidente Jair Bolsonaro e outras duas pessoas vazaram dados sigilosos de uma investigação que apura um ataque hacker ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE), estimulando a disseminação de informações falsas sobre as urnas eletrônicas. A informação é do jornal O Globo.

Em trecho de documento entregue pela PF ao ministro Alexandre de Moraes, relator no Supremo Tribunal Federal (STF), a delegada Denisse Dias Rosas Ribeiro afirmou que a ausência de Bolsonaro em depoimento na última sexta-feira (28), não atrapalhou o andamento da investigação.

“Por fim, não se procedeu à tomada de declarações de Jair Messias Bolsonaro, diante do não atendimento da ordem judicial de comparecimento para oitiva. Essa ausência, por outro lado, não trouxe prejuízo ao esclarecimento dos fatos”, diz parte do material obtido pelo jornal.

“Todos, portanto, revelaram fatos que tiveram conhecimento em razão do cargo e que deveria permanecer em segredo até conclusão das investigações, causando danos à administração pela vulnerabilização da confiança da sociedade no sistema eleitoral brasileiro e no Tribunal Superior Eleitoral (TSE), tudo com a adesão voluntária e consciente do próprio mandatário da nação”, diz outro trecho.

Além do mandatário, a PF concluiu que o vazamento de dados contou com a colaboração do deputado bolsonarista Filipe Barros (PSL-PR) e do tenente-coronel Mauro Cesar Barbosa Cid, ajudante de ordens da Presidência da República.

“Considerando os elementos de interesse coligidos, que apontam a autoria, a materialidade e as circunstâncias da divulgação, de conteúdo de inquérito policial por funcionários públicos (presidente da república, ajudante de ordem e deputado federal), na live do dia 04 de agosto de 2021 e sua publicização por diversos meios, com o nítido desvio de finalidade e com o propósito de utilizá-lo como lastro para difusão de informações sabidamente falsas, com repercussões danosas para a administração pública, dá-se por encerrado o trabalho da Polícia Judiciária da União”, diz trecho do relatório.

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