Publicado em 09/06/2025 às 13h28.

STF inicia interrogatório de Bolsonaro e outros sete acusados por tentativa de golpe

Depoimentos marcam etapa final da instrução penal; ex-presidente é apontado como líder do núcleo golpista

Redação
Foto: Marcelo Casal Jr./Agência Brasil

 

O Supremo Tribunal Federal (STF) inicia nesta segunda-feira (9) o interrogatório dos oito acusados de tentativa de golpe de Estado em 2022, entre eles o ex-presidente Jair Bolsonaro. De acordo com a Procuradoria-Geral da República (PGR), o grupo integra o chamado “núcleo crucial” da organização criminosa que buscou promover uma ruptura democrática no país.

Durante o mês de maio, a Corte ouviu as testemunhas de defesa e acusação. Agora, com o início dos interrogatórios dos réus, o processo avança para a fase final de instrução. Em seguida, as partes terão prazo para solicitar diligências adicionais, se necessário. Concluída esta etapa, será aberto um prazo de 15 dias para a apresentação das alegações finais.

As audiências acontecerão na Primeira Turma do STF ao longo da semana, até sexta-feira (13). O primeiro a prestar depoimento será Mauro Cid, que firmou um acordo de delação premiada com a Polícia Federal. Depois, os demais réus serão ouvidos em ordem alfabética: Alexandre Ramagem, Almir Garnier, Anderson Torres, Augusto Heleno, Jair Bolsonaro, Paulo Sérgio Nogueira e Walter Braga Netto.

Segundo a PGR, Jair Bolsonaro compôs, junto com os outros sete aliados, o núcleo central da organização criminosa. O órgão sustenta que desse grupo partiram as principais decisões e ações destinadas a promover a ruptura democrática. Bolsonaro, segundo a acusação, liderou a organização armada voltada para o golpe de Estado, tendo atuado na propagação de ataques ao sistema eleitoral, na elaboração da versão final do decreto golpista e na pressão sobre os militares para que aderissem à insurreição.

Além disso, a PGR aponta que Bolsonaro interferiu diretamente na elaboração do relatório das Forças Armadas sobre as urnas eletrônicas. Há ainda elementos que indicam que ele tinha conhecimento do chamado plano Punhal Verde Amarelo, que previa o assassinato de autoridades.

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