Publicado em 18/03/2022 às 15h34.

Julinha estreia carreira solo com single ‘Besta pra Rir’ e show no Oliveiras

Cantora que integrou o Samba do Vai Kem Ké acaba de lançar mantra dos 'emocionados assumidos'

Hilza Cordeiro / Leila Caroline
Foto: Maria Mango/Divulgação
Foto: Maria Mango/Divulgação

Um mantra dos emocionados assumidos, envolvido na mistura rítmica dançante e enérgica do côco, carimbó e embolada. É assim que a cantora e compositora baiana Julinha define ‘Besta pra Rir’, seu primeiro single da carreira solo. O lançamento do single acontece nesta sexta, 18 de março, em todas as plataformas digitais, acompanhado de clipe no youtube inspirado nas memórias imateriais de sua terra natal, Riachão do Jacuípe (BA).

A música tem produção assinada por Paulo Mutti e Jalmy, através do Selo Benzza Music. Em seu trabalho, Julinha traz referências da cultura viva da infância/adolescência em Riachão, onde cresceu perto de manifestações como aboio vaqueiro, o samba de roda, as quadrilhas de São João, contação de histórias e ladainhas das trezenas de Santo Antônio.

A letra escrita há 5 anos também revela um pouco de sua personalidade. “Desde criança eu escuto ‘oh menina besta pra rir’, da mesma forma que escuto ‘essa é uma manteiga!’. Por muito tempo encarei tudo isso como uma vulnerabilidade, um descontrole, das coisas que precisava perder pra virar adulta, e essa música veio no momento que entendi que essa sensibilidade podia ser também uma virtude”, conta a artista.

O clipe, que também estreia nexta sexta-feira (18), às 11h, no canal do youtube, revela traços da sua personalidade e dos costumes presentes no interior baiano.

Com roteiro escrito por Camila Ribeiro, o vídeo foi executado pela Marias Produtora e gravado na Fazenda Realeza, onde nasceu sua mãe, Ana Maria, na zona rural de Riachão. Neste espaço, a artista repassa suas vivências ao lado da família, que participa do clipe.

Em sua trajetória Julinha já participou como backing vocal do grupo de Samba Junino “Samba do Vai Kem Ké”, com o Maestro Augusto Conceição à frente da banda, fez diversos shows em Salvador e cidades do interior, além de participação na SIM São Paulo de 2019, com show case na Casa Barbosa, junto à “Noite Bahia”. Como primeira formação também atua enquanto publicitária na criação de jingles que circulam por todo país.

Com esse tino, a artista passou a aprofundar sua relação com a música brasileira no Bacharelado em Música Popular da Universidade Federal da Bahia, onde iniciou pesquisas sobre o samba de roda da sua terra, além de estabelecer trocas musicais não apenas acerca de seu instrumento de entrada, sua voz, mas também se aproximando cada vez mais da execução de outros, como instrumentos percussivos, cordas (cavaquinho, banjo, violão), teclado, sanfona e rabeca.

Agora em sua fase solo, seu estilo fica evidente não apenas pelas composições próprias carregadas de memórias imateriais de um lugar, como também por ceder espaço ao diferente e ao novo. Aprendeu a admirar dos mais canônicos da música popular brasileira, aos cantores anônimos de bares, músicas dançantes e “bregas”.

Sua musicalidade absorve pitadas do côco, do samba duro, e da lambada. Suas letras falam das personas, maneiras e signos incrustados e redesenhados em sua memória. Julinha nos apresenta agora o resultado de uma escuta decantada, com versos marcantes e sonoridade contagiante.

O projeto tem apoio financeiro do Estado da Bahia através da Secretaria de Cultura (Prêmio Cultura na Palma da Mão/PABB) via Lei Aldir Blanc, redirecionada pela Secretaria Especial da Cultura do Ministério do Turismo, Governo Federal.

SERVIÇO
Show de lançamento do single ‘Besta para Rir’
Julinha e Jalmy
18 de março, sexta, 19h
R$ 15 na porta
Oliveiras, Sato Antônio Além do Carmo

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