Publicado em 10/06/2021 às 21h00.

Busca por cursos de tiro é motivada pela sensação de insegurança, afirma instrutor

Procura pelo curso cresceu desde que começou a proposta de flexibilização para utilização de arma de fogo

Leilane Teixeira
Foto: Divulgação/Centro de treinamento Thiago Barreto
Foto: Divulgação/Centro de treinamento Thiago Barreto

 

Desde que houve a mudança na legislação para flexibilizar as regras de posse de arma, proposta feita pelo atual governo desde 2018, a procura por cursos de tiro cresceu e se mantém em alta nos últimos anos. Em conversa com o Bahia.ba, o instrutor de armamento e tiro credenciado pela Polícia Federal (PF), Thiago Barreto, afirma que nos últimos três anos há um aumento de cerca de 80% por cursos de tiro e que a falta de segurança ainda é o principal motivo pela busca.

“Há vários fatores que levam as pessoas a procurarem um centro de treinamento, tanto homem, quanto mulher. Mas grande parte das justificativas usadas por quem nos procura é ter a autodefesa por conta da falta de segurança que dizem sentir. Em segundo plano, está a busca pela prática esportiva também”, frisou o instrutor.

Segundo o último dado divulgado pelo Sistema Nacional de Armas (Sinarm) da Polícia Federal, apenas em 2018 o registro de novas armas em todo o país já tinha crescido quase 10% em relação ao ano anterior, chegando a 48.33 armas. Houve também aumento dos certificados de registros do tipo Colecionador, Atirador Esportivo ou Caçador (CAC), emitidos pelo Exército.

Tabu

Ao ser questionado pelo Bahia.ba sobre possíveis associações que são feitas em relação ao uso de arma e aumento da violência, o instrutor frisou ser um tabu. “As armas são ferramentas. Fazer essa associação é um tabu, já que ainda existe muito preconceito com o equipamento. As pessoas precisam entender que o problema não é arma, mas sim as pessoas que vão manuseá-las, e claro, não será qualquer uma”.

Ainda de acordo com ele “não é qualquer pessoa que vai poder utilizar a arma, tem todo um processo longo de testes psicológicos, treinamento prático, de conduta de segurança, além de ser necessário que a pessoa tenha ficha limpa na justiça e demais fatores. É preciso ter em mente que o governo flexibilizou a possibilidade de se ter uma arma e não facilitou, como muita gente acha. Não dá para generalizar e dizer que a violência vai aumentar também. O lema do nosso treinamento e que passamos para todas as pessoas é o manuseio da arma com segurança e naturalidade”, concluiu.

De acordo com o decreto presidencial, pessoas entre os 14 aos 18 anos, acompanhada dos pais, podem praticar tiro esportivo, porém, a aquisição de arma de fogo só pode ser realizada após os 25 anos de idade.

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