Publicado em 14/09/2023 às 10h20.

Segurança é um tema que pertence a todos nós, diz presidente da Ademi-BA em fórum sobre o tema

Com a presença de empresários e autoridades, evento resultará em uma carta oficial com soluções para a questão sob o olhar de especialistas

Redação
Foto: Divulgação/Ademi-BA

 

A Associação de Dirigentes de Empresas do Mercado Imobiliário da Bahia (Ademi-BA) realizou nesta quarta-feira (13), no auditório do Sebrae, o 14º Fórum de Sustentabilidade. O encontro reuniu empresários e autoridades para um tema urgente nos tempos atuais: a segurança pública na Bahia. O evento contou com especialistas com atuação em segmentos diversos e olhares multidisciplinares na pauta da segurança. Debates, explanação de dados e hipóteses para o combate da violência foram apresentados, que resultarão em uma carta oficial da Ademi-BA com soluções sistêmicas para uma Bahia mais segura.

Abrindo as palestras, o juiz de direito da Bahia, Igor Spock, abordou o tema “Hipóteses para a Segurança Pública da Bahia”. Ele pontuou que o sistema criminal é multidisciplinar e não se relaciona apenas com a atividade policial, mas também judicial, médica, arquitetônica, entre tantas outras. Spock apontou também algumas mudanças que ele enxerga como oportunidades para melhorar o combate à violência. “Vivemos uma revolução do sistema criminal, que é o processo eletrônico. Isso trouxe um ganho imenso de produtividade. Outro ponto positivo é que, a partir do ano que vem, haverá o maior número de juízes na Bahia em relação aos anos anteriores, o que indica o aumento da capacidade para os próximos anos”.

A segunda palestra da tarde foi com o secretário de Segurança do Estado da Bahia, Marcelo Werner, abordando o tema: “A importância da iniciativa privada no combate à violência”. Werner apresentou algumas ações que estão sendo implementadas para o combate da violência na capital e nos municípios.”Para problemas complexos, não têm soluções simples, mas existe um caminho a ser seguido. Estamos atuando com integração de informações, inteligência tática e operacional e investimentos em pessoas e equipamentos. Não podemos deixar que a juventude seja assediada pela criminalidade. A maior parte dos homicídios são de pessoas com idades entre 17 e 23 anos”, disse Werner.

O delegado de Polícia do Estado da Bahia, Oscar Vieira de Araújo Neto, trouxe o tema “Análise criminal visando diagnosticar e enfrentar a criminalidade prejudicial à pacificação social e à criminalidade”. Para ele, é preciso analisar além das estatísticas. “Precisamos entender o contexto. Quando olhamos só as estatísticas, estamos olhando para o retrovisor e passamos a ser pautados pelo criminoso”, explica.

O arquiteto e urbanista Percival Barboza, especialista em Crime Prevention to Environmental Design (CPED), explicou como os espaços pensados sob a ótica da CPED podem contribuir para o controle da violência. “A redução do crime e do medo urbano são os fatores mais importantes para o desenvolvimento sustentável das nossas cidades. Somos bons em tecnologia, treinamentos, análises de risco. Podemos pegar um empreendimento e transformar em algo bastante seguro. Mas não estamos seguros do resultado porque não podemos sair na rua. Temos que passar da prevenção para a redução da violência porque não adianta nos isolarmos”, conclui Barboza.

Fechando a tarde de palestras e debates, o Psiquiatra, Doutor em Sociologia e Ciências Sociais, Antonio Nery Filho, trouxe um olhar sócio antropológico das razões que levam as pessoas a usarem drogas, e concluiu apontando um caminho. “Partilho daqueles que pensam que a única possibilidade de reduzir a violência será pela educação. Precisamos cuidar do sintoma, mas não podemos nos limitar ao tratamento dos sintomas. Tratar o problema de base. A violência deve ser tratada com a construção das relações. Precisamos reconhecer o outro e precisamos que o outro se reconheça em nós. A educação como um trabalho permanente que nos permite, a cada humano, se reconhecer na face de outro humano”.

O presidente da Ademi-BA, Cláudio Cunha, ratificou a importância do Fórum de Sustentabilidade e da iniciativa privada para a segurança pública da Bahia. “A segurança não é um tema que compete apenas ao estado. É um tema que pertence a todos nós. A iniciativa privada tem um papel essencial para somar forças e é por isso que estamos aqui reunidos”.

 

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