Publicado em 19/01/2020 às 17h00.

Argentina viola direito internacional ao permitir atuação política de Evo, diz Áñez

Para presidente interina da Bolívia, embora o líder indígena não seja candidato às eleições presidenciais, tem atuado dentro do "processo político na Bolívia"

Redação
Foto: Reprodução/Twitter
Foto: Reprodução/Twitter

 

A presidente interina da Bolívia, Jeanine Añez, em entrevista à Folha de S.Paulo, afirmou que a Argentina “viola claramente o espírito do direito ao asilo e ao refúgio” ao permitir que o ex-presidente boliviano atue como chefe de campanha do MAS (Movimento Para o Socialismo), seu partido político, com vistas às eleições presidenciais, que serão realizadas em maio.

Áñez disse que vem conversando com o governo argentino para evitar a participação de Evo Morales nas próximas eleições presidenciais, em maio. Para ela, embora o líder indígena não seja candidato, tem atuado dentro do “processo político na Bolívia”.

“Evo Morales não deveria estar comandando, de Buenos Aires, a campanha do [partido] MAS. Ele está na Argentina como refugiado, e essa atitude viola claramente o espírito do direito ao asilo e ao refúgio”, disse Áñez.

“Os direitos ao asilo e ao refúgio, filosoficamente, são necessários e respeitados em todo o mundo. Por isso estamos reclamando que a Argentina o respeite de acordo com esses princípios. O ex-presidente não deveria estar participando do processo político na Bolívia nem dando declarações e fazendo reuniões sobre isso em seu país de refúgio.”

Ánez chegou ao poder após a renúncia de autoridades bolivianas, incluindo Morales, em um contexto de golpe de Estado. Sua acensão ao cargo de presidente, no entanto, atropelou duas exigências constitucionais: ela não teve a aprovação da maioria do Congresso e o pedido de renúncia Morales tampouco foi sancionado. Apesar das ilegalidades, ela exerce o poder de fato no país e ficará no cargo até maio, quando serão disputadas eleições gerais no país.

Na última quinta-feira (16), o MAS indicou na quinta-feira a chapa que irá disputar as eleições presidenciais em maio. O candidato à Presidência da República será David Choquehuanca, ex-chanceler de Morales, ao passo que o jovem líder cocalero Andrónico Rodríguez será o postulante ao cargo de vice-presidente.

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