Aumento de mortes por inanição em Gaza faz crescer pressão por cessar-fogo
Negociações entre as partes, no entanto, estão em um "limbo" e enfrentam resistência por parte de Israel

A escassez de água, alimentos e remédios na Faixa de Gaza tem agravado os casos de desnutrição aguda no território palestino, levando à morte pelo menos 45 pessoas nos últimos quatro dias, é o que apontam novos dados da Organização das Nações Unidas (ONU). Imagens de crianças com aparência esquelética estamparam as capas dos principais jornais internacionais e foram compartilhadas nas redes sociais nesta sexta-feira (25).
Segundo matéria do InfoMoney, o cenário ampliou a pressão internacional para que se chegue a um cessar-fogo entre Israel e o grupo terrorista Hamas. As negociações entre os dois países, no entanto, entrou em um limbo após o premiê israelense, Binyamin Netanyahu, ter convocado os negociadores enviados por ele para Doha, no Catar, onde as tratativas de uma possível trégua seriam realizadas, de volta para Israel.
O negociador americano Steve Witkoff ainda acusou o Hamas de não negociar “de boa fé” e não querer de verdade uma trégua. A União Europeia, no entanto, ameaçou Israel de sanções caso o fluxo de ajuda não melhore.
O entrave entre as partes deve ganhar um novo capítulo após o anúncio feito pelo presidente da França, Emmanuel Macron, na quinta-feira (24), de que seu país reconhecerá oficialmente o Estado da Palestina durante a Assembleia Geral das Nações Unidas, que ocorre em setembro.
Macron afirmou que espera que a medida contribua para a paz no Oriente Médio. A França se juntará a outros 146 países – como Brasil, China, Rússia, Reino Unido e Espanha – que reconhecem a Palestina como uma nação legítima.
De acordo com entidades como o Comitê Internacional de Resgate e o Programa Mundial de alimentos, cerca de 500 mil palestinos, de uma população de 2 milhões, sofrem insegurança alimentar e outros 100 mil estão em situação de inanição. Um terço da população chega a ficar vários dias sem comer e há o temor de que a situação piore sensivelmente nos próximos dias.
Questionado sobre o problema, o porta-voz do governo israelense, David Mencer, afirmou que a crise alimentar na Faixa de Gaza não é causada por Israel. “Trata-se de uma escassez provocada pelo Hamas”, disse ele, que acusou o grupo de impedir a distribuição da ajuda e saquear parte dela. O Hamas, por sua vez, nega essas acusações.
Desde segunda-feira (21), países europeus e entidades de defesa dos direitos humanos como os Médicos Sem Fronteiras (MSF), Save the Children e Oxfam têm pressionado o governo israelense para ampliar a entrada de ajuda humanitária em Gaza.
Atualmente, 70 caminhões entram por dia na região, número bem abaixo dos 160 previstos no acordo feito entre Israel e a União Europeia. O Programa Mundial de Alimentos prevê que, em casos como o de Gaza, o mínimo viável deve ser de 100 veículos por dia.
Desde o início da guerra, Israel tem restringido a entrada de alimentos e combustível em Gaza, e entre março e maio deste ano, chegou a proibir completamente a distribuição de ajuda humanitária na região, em uma tentativa de pressionar o Hamas a se render, o que exacerbou a já severa privação que afetava o território palestino.
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