Brasil condena assassinato de opositor na Venezuela
Apesar da linguagem diplomática, o governo brasileiro subiu o tom na condenação pela primeira vez desde o acirramento da crise política deste ano
O governo brasileiro condenou, em nota, o assassinato de Luis Manuel Díaz, opositor venezuelano dirigente do partido Ação Democrática (AD), e cobrou o governo de Nicolás Maduro para que mantenha a ordem durante o processo de eleições legislativas que acontece na Venezuela na próxima semana.
“Ao condenar com firmeza esse lamentável incidente, o governo brasileiro recorda que é da responsabilidade das autoridades venezuelanas zelar para que o processo eleitoral que culminará com as eleições no dia 6 de dezembro transcorra de forma limpa e pacífica, de modo a permitir que o povo venezuelano exerça com tranquilidade seu dever cívico e tenha plenamente respeitada sua vontade soberana”, diz a nota divulgada nesta sexta-feira pelo Ministério das Relações Exteriores.
Díaz foi morto a tiros na quarta-feira, durante um comício no Estado de Guárico, na região central da Venezuela.
Um dos líderes da coalizão de oposição Mesa de Unidade Democrática, o opositor discursava, ao lado de Lilian Tintori – mulher de um dos principais líderes da oposição, Leopoldo López, condenado a 14 anos de prisão– quando os tiros partiram de um carro que passou em alta velocidade.
A oposição atribui a morte a grupos armados vinculados ao PSUV, partido de Maduro, o que o presidente negou ontem veemente em um discurso.
A missão da União das Nações Sul-Americanas (Unasul), que está na Venezuela para acompanhar o processo eleitoral, condenou o uso de violência nas eleições e cobrou a apuração dos fatos.
Na nota, o Itamaraty também cobra, ainda que em linguagem diplomática, a ação de Maduro contra a violência.
“O governo brasileiro confia em que o governo venezuelano atuará para coibir quaisquer atos de violência ou intimidação que possam colocar em dúvida a credibilidade do processo eleitoral em curso e a legitimidade dos resultados da votação.”
Apesar da linguagem diplomática, o governo brasileiro subiu o tom na condenação à Venezuela pela primeira vez desde o acirramento da crise política deste ano.
A nota foi negociada diretamente no Palácio do Planalto por instrução da presidente Dilma Rousseff. A intenção foi mostrar para a o governo de Nicolás Maduro que o país está passando dos limites aceitáveis pelo Brasil, hoje ainda o fiador da presença da Venezuela no Mercosul, informaram à Reuters duas fontes do governo.
Na semana passada, contou uma fonte do Planalto, o assessor especial da Presidência, Marco Aurélio Garcia, foi à Venezuela e levou uma carta assinada pela presidente em que Dilma falava da necessidade de se dar conta da “inflexão à direita” na América do Sul e da necessidade de que os países de esqueda da região se dêem conta que a imagem da esquerda democrática na região está nas mãos deles, além de acrescentar sua “expectativa” de que as eleições sejam isentas e ocorram em tranquilidade. A carta foi enviada antes da morte de Díaz.
O desagrado do governo brasileiro com a situação venezuelana vem crescendo. Recentemente, Maduro atraiu a ira da presidente ao vetar o nome de Nelson Jobim para ser o observador do Brasil na missão eleitoral da Unasul.
Com o veto, o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) se retirou da missão. Na quinta-feira, o governo brasileiro informou que o cônsul-geral do Brasil em Washington, embaixador Antonino Mena Gonçalves, será o representante brasileiro na missão.
Mais notícias
-
Mundo
13h30 de 14/09/2025
Secretário de Trump chega a Israel para nova tentativa de debater cessar-fogo em Gaza
Marco Rubio deve se reunir com o primeiro-ministro Benjamin Netanyahu e outras lideranças israelenses
-
Mundo
13h00 de 14/09/2025
Papa Leão XIV completa 70 anos e recebe parabéns de fiéis no Vaticano
São esperados novos anúncios sobre o papado de Leão XIV nas próximas semanas
-
Mundo
10h30 de 14/09/2025
Após invasão de drones russos, Polônia invoca artigo 4 da OTAN; entenda
Trecho trata do inicio da discussão entre membros da aliança sobre ameaças à sua segurança
-
Mundo
17h55 de 13/09/2025
Explosão deixa feridos em Madrid
A imprensa local fala em 25 feridos.
-
Mundo
11h15 de 13/09/2025
Viúva de Charlie Kirk fala pela primeira vez sobre assassinato do influenciador
O suspeito Tyler Robinson foi preso na noite de quinta-feira (11)
-
Mundo
21h40 de 12/09/2025
Otan reage a invasão de drones russos e lança operação de defesa na Polônia
Ação contará com participação de países como Dinamarca, França, Reino Unido e Alemanha
-
Mundo
12h20 de 12/09/2025
Papa Leão XIV instrui novos bispos a não esconderem denúncias de abuso
Pontífice demonstrou apoio a pautas defendidas por seu antecessor, o papa Francisco
-
Mundo
09h55 de 12/09/2025
Trump afirma que suspeito de matar Charlie Kirk foi preso
“Acho que, com um alto grau de certeza, o temos sob custódia”, disse o republicano durante uma entrevista
-
Mundo
19h59 de 11/09/2025
Presidente Donald Trump reage à condenação de Bolsonaro
O secretário de Estado dos EUA, Marco Rubio, também saiu em defesa do ex-presidente
-
Mundo
09h31 de 11/09/2025
Polônia confirma reunião da ONU para tratar sobre incursões de drones russos
A nação recebeu apoio de seus aliados da Otan para abater os drones