Publicado em 23/10/2024 às 14h16.

Brasil hesita em aderir à Nova Rota da Seda da China

Programa de investimentos foi avaliado por comitiva brasileira na China

Redação
Reprodução: Instagram / @xi.jinping_cn

 

O Brasil hesita em aderir à Nova Rota da Seda da China, a agenda de investimentos de bilionários chineses. O nome oficial do programa é “Iniciativa do Cinturão e Rota” e hoje está presente em mais de 150 países, de acordo informações da CNN Brasil.

Na semana passada, uma comitiva do governo brasileiro liderada pelo ministro da Casa Civil, Rui Costa, desembarcou na China para tratar do assunto.

A avaliação predominante do grupo foi de que é possível manter a intensa parceria econômica sem necessariamente aderir ao programa.

No lugar, os dois países elaboram um documento conjunto que falará em ampliação da sinergia entre os dois países em diversos projetos que envolvem infraestrutura, finanças, energia, tecnologia e industrialização.

Uma minuta neste sentido já circula entre as duas chancelarias e deve ser oficializada na visita do presidente da China, Xi Jinping, em novembro ao Brasil, que virá para uma reunião da Cúpula do G20 no Rio de Janeiro.

 

Comitiva brasileira

A avaliação majoritária do governo brasileiro é de que o Brasil já tem o Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) como prioritário para a agenda de investimentos no país e que a ideia é continuar a oferecer os projetos do programa aos chineses.

A leitura é de que podem existir projetos que façam sentido para os dois países, mas também podem ter projetos que não.

O receio é de que ao assinar a Nova Rota da Seda o Brasil se submeta mais aos interesses chineses do que aos brasileiros e que nesse sentido acabe dando um cheque em branco para o país escolher onde quer investir.

A ideia do Brasil é definir a carteira de projetos mutuamente.

No governo brasileiro, houve uma divisão sobre a adesão formal ao acordo com os chineses.

 

Apoio do Banco dos Brics

A presidente do Banco dos Brics, Dilma Rousseff, é a maior entusiasta da ideia, mas ela enfrenta resistências no governo, em especial do Itamaraty e do Ministério da Fazenda.

A diplomacia brasileira avalia que a adesão pode ser lida como a escolha do Brasil por um lado no crescente embate entre os Estados Unidos (EUA) e a China.

Diplomatas brasileiros relataram não verem necessidade de uma adesão ao acordo para atrair investimentos chineses ao Brasil, uma vez que a China já é a maior parceira comercial brasileira e já tem uma ampla cartela de investimentos no país.

Já a equipe econômica entende que qualquer acerto demandaria uma melhoria no valor agregado das trocas comerciais entre os dois países.

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