Coreia do Norte vai enviar tropas para ajudar a Rússia na Ucrânia, diz Coreia do Sul
Seul afirma que 1.500 soldados de Pyongyang treinam no leste russo em preparação para atuar contra Kiev
A Coreia do Norte enviou 1.500 soldados das suas forças especiais para a Rússia e deve utilizá-los contra a Ucrânia na guerra no Leste Europeu, nesta sexta-feira (18), afirmou o governo da Coreia do Sul, adversário de Pyongyang, segundo informações do jornal Folha de S.Paulo.
De acordo com o Serviço Nacional de Inteligência (NIS), agência de espionagem de Seul, os soldados estão recebendo treinamento no extremo leste da Rússia, que faz fronteira com a Coreia do Norte, e devem ser transferidos para a linha de frente na Ucrânia em breve.
O presidente da Ucrânia, Volodimir Zelenski, fez a mesma acusação nesta quinta (17) em um encontro com líderes da União Europeia. Segundo o ucraniano, o objetivo da Coreia do Norte seria enviar até 10 mil soldados contra seu país. O chefe da Otan, Mark Rutte, havia dito que a aliança não tem provas do envolvimento direto de Pyongyang na guerra.
Segundo o NIS, navios da Frota do Pacífico da marinha russa transportaram os 1.500 soldados até Vladivostok e devem repetir a operação em breve. Os norte-coreanos teriam recebido uniformes e armas russas, além de identificação militar falsa.
A Rússia ampliou sua aliança com a Coreia do Norte em 2023, e o presidente Vladimir Putin fez uma rara visita oficial ao ditador Kim Jong-un em junho desse ano. Os dois países negam qualquer envio de armas entre eles.
O NIS disse que utilizou inteligência artificial e tecnologia de reconhecimento facial para identificar oficiais das Forças Armadas norte-coreanas que já atuam na região de Donetsk, território ucraniano ocupado pela Rússia. Segundo Seul, eles estariam lá para ajudar os russos a operar mísseis de fabricação norte-coreana. Os serviços de inteligência ucranianos cooperaram com o NIS, afirmou a agência.
A Coreia do Norte já enviou mais de 13 mil contêineres de munição, mísseis e foguetes anti-tanque à Rússia desde agosto do ano passado, disse o NIS, afirmando que chegou a essa conclusão analisando restos de armas utilizadas contra a Ucrânia.
“A cooperação militar direta entre a Rússia e a Coreia do Norte relatada pela mídia internacional foi confirmada oficialmente”, escreveu a agência de espionagem em nota. O presidente da Coreia do Sul, Yoon Suk-yeol, convocou uma reunião para discutir as informações.
“Os participantes compartilharam a opinião de que a situação atual, na qual as relações próximas da Coreia do Norte e da Rússia possibilitaram o envio de equipamento militar e soldados, constitui uma grave ameaça de segurança ao nosso país e à comunidade internacional”, pontuou o escritório do presidente.
Seul prometeu ainda responder “com todos os meios disponíveis” às atividades de Pyongyang, sem entrar em detalhes. A Coreia do Sul é um dos principais produtores de armas e equipamento militar do mundo e exporta caças, artilharia e mísseis para uma série de países. Os Estados Unidos, aliado próximo do país, vem pressionando o governo sul-coreano a enviar armas para a Ucrânia —até aqui, sem sucesso.
Na avaliação de especialistas ouvidos pela agência de notícias Reuters, por mais grave que seja a acusação sul-coreana de que Pyongyang enviará tropas contra a Ucrânia, o desdobramento não deve ser o bastante para alterar a posição de Seul.
“A linha vermelha [da Coreia do Sul] seria se a Rússia auxiliasse a Coreia do Norte no seu programa nuclear”, afirma Ramon Pardo, do King’s College de Londres, no Reino Unido.
A Coreia do Norte tem 1,28 milhão de soldados na ativa, de acordo com dados sul-coreanos. Se confirmado, o envio de tropas à Ucrânia seria o primeiro envolvimento do regime em um conflito desde o fim da Guerra da Coreia em 1953.
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