Publicado em 11/02/2025 às 11h33.

Decisão de Trump interrompe colaboração para combater incêndios no Brasil

Medida decretada em janeiro suspende, por 90 dias, o apoio dos EUA a projetos internacionais, afetando a parceria entre USFS e Ibama para treinamento de brigadistas

Redação
Foto: Reprodução/Instagram

Um decreto assinado pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, suspendeu a ajuda externa do país a iniciativas internacionais, afetando diretamente o financiamento de uma parceria com o Brasil para treinar brigadistas no combate a incêndios florestais.

A medida, decretada no dia da posse, 20 de janeiro, suspende, por um período inicial de 90 dias, todos os projetos que destinam recursos a países estrangeiros. Entre esses projetos está o Programa de Manejo Florestal e Prevenção de Incêndios no Brasil, criado em 2021 a partir de uma parceria entre os dois países, e executado pelo Serviço Florestal dos EUA (USFS) em conjunto com o Ibama e outros órgãos brasileiros.

Desde sua implementação, foram realizados mais de 50 cursos e treinamentos para capacitar brigadistas que atuam contra incêndios e queimadas, incluindo mulheres indígenas que passaram a defender seus territórios.

O Ibama foi notificado da suspensão por e-mail. Ao assinar o decreto, Trump justificou que o financiamento de iniciativas externas “desestabiliza a paz mundial”, promovendo ideias contrárias a relações estáveis e harmoniosas.

O programa brasileiro era financiado pela USAid, atualmente a maior doadora individual de ajuda humanitária, que apoia iniciativas em mais de 100 países. Criada durante a Guerra Fria para ampliar a presença internacional dos EUA e conter o avanço da União Soviética, a agência tem sido alvo de críticas por republicanos e por membros do governo atual; Trump chegou a afirmar que ela é composta por “radicais loucos de esquerda”. O bilionário Elon Musk, chefe do Departamento de Eficiência Governamental (DOGE), classificou a agência como um “ninho de víboras marxistas de esquerda radical”. Após as decisões de Trump, a página da USAid na internet chegou a ser desativada. Além do projeto brasileiro, a agência apoiava, por exemplo, iniciativas da ONU para combater a fome e projetos de enfrentamento à Aids na África.

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