Publicado em 20/09/2024 às 20h40.

Economia enfrenta desafios semelhantes aos da crise de 1920, diz presidente do BCE

Christine Lagardeapontou para a rápida queda da inflação depois que os BCs começaram a aumentar as taxas em 2022

Redação
Foto: Marcello Casal Jr./Agência Brasil

 

“Enfrentamos a pior pandemia desde os anos 1920, o pior conflito na Europa desde os anos 1940 e o pior choque energético desde os anos 1970”, disse a presidente do Banco Central Europeu (BCE), Christine Lagarde, nesta sexta-feira (20). Para ela, essas perturbações, combinadas com fatores como problemas na cadeia de suprimentos, mudaram permanentemente a atividade econômica global.

Em discurso no FMI (Fundo Monetário Internacional) em Washington, dois dias após o Fed (Federal Reserve) cortar as taxas de juros em 0,50 ponto percentual, medida que levou os mercados de ações dos Estados Unidos a máximas históricas, Lagarde argumentou que vários paralelos “entre os os anos 1920 e 2020 se destacam”, como “reveses na integração do comércio global” e avanços tecnológicos.

Nos anos 1920, a política monetária nos anos 1920 piorou a situação, pois a adesão ao padrão ouro levou as principais economias para a deflação e crises bancárias. “Estamos em uma posição melhor hoje para enfrentar essas mudanças estruturais do que nossos predecessores”, enfatizou a presidente do BCE.

Os banqueiros centrais puderam aliviar a política monetária nos últimos meses à medida que as pressões sobre os preços diminuíram. A inflação anual na zona do euro atingiu o pico de 10,6% em outubro de 2022, mas caiu para uma baixa de três anos de 2,2% em agosto.

Lagarde disse que era “notável” que os BCs conseguiram controlar a inflação em menos de dois anos, evitando um aumento no desemprego. “É raro evitar uma deterioração significativa no emprego quando os bancos centrais aumentam as taxas em resposta aos altos preços da energia. Mas o emprego aumentou em 2,8 milhões de pessoas na área do euro desde o final de 2022.”

No entanto, a presidente do BCE alertou contra a complacência, dizendo que questões como possíveis reveses na globalização, uma desintegração parcial das cadeias de suprimentos globais, o poder de mercado de gigantes da tecnologia, como o Google, e o “rápido desenvolvimento da inteligência artificial” poderiam testar as autoridades no futuro.

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