Publicado em 13/06/2025 às 15h47.

Escalada de tensão: Irã e Israel trocam ataques com mísseis em meio à crise nuclear

Conflito se intensifica após bombardeios a instalações militares iranianas; líderes prometem retaliações e ONU convoca reunião de emergência

Redação
Foto: Reprodução/ redes sociais

 

A mídia estatal do Irã informou que, nesta sexta-feira (13), militares iranianos lançaram centenas de mísseis balísticos contra Israel. As Forças de Defesa israelenses confirmaram o ataque e ativaram seus sistemas de defesa. Explosões foram registradas em Tel Aviv, causadas tanto pelo impacto direto dos mísseis quanto por interceptações.

Os ataques vieram logo após o líder supremo do Irã, Ali Khamenei, prometer vingança pelos bombardeios israelenses a instalações militares e nucleares iranianas ocorridos na noite anterior (12), no horário de Brasília. Segundo Khamenei, Israel cometeu “um grande erro” ao iniciar o conflito. “A nação iraniana não permitirá que o sangue de seus mártires fique sem vingança, nem ignorará a violação de seu espaço aéreo”, declarou.

Israel respondeu com uma nova ofensiva nesta sexta-feira. Fortes explosões foram ouvidas nos arredores de Teerã, e, segundo a imprensa oficial iraniana, sistemas de defesa aérea foram ativados para interceptar mísseis israelenses no sul do país.

Israel afirma que os ataques têm como objetivo impedir o avanço do programa nuclear iraniano. O bombardeio de quinta-feira matou altos oficiais iranianos, incluindo o chefe da Guarda Revolucionária, Hossein Salami, e o chefe das Forças Armadas, Mohammad Bagheri, além de dois cientistas nucleares. A agência Fars informou que ao menos 78 pessoas morreram e outras 329 ficaram feridas.

O governo iraniano classificou os ataques como uma “declaração de guerra”. O ministro das Relações Exteriores, Abbas Araghchi, enviou uma carta à ONU exigindo uma resposta imediata do Conselho de Segurança, que convocou uma reunião de emergência para esta sexta-feira.

Em pronunciamento, Khamenei afirmou que Israel enfrentará “um destino amargo e doloroso” e disse que a ação “revela a natureza perversa do regime sionista”. Ele garantiu que os postos dos líderes mortos serão rapidamente ocupados e o trabalho continuará.

O general Abolfazl Shekarchi, porta-voz das Forças Armadas iranianas, também culpou os Estados Unidos, afirmando que tanto Washington quanto Tel Aviv “vão pagar um preço alto” pelos ataques.

Os EUA negaram participação direta na operação. O secretário de Estado, Marco Rubio, declarou que a ação foi unilateral por parte de Israel, e que a prioridade dos EUA é proteger suas tropas na região. Segundo Rubio, os americanos foram informados com antecedência, mas não participaram do planejamento.

Apesar disso, o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, voltou a pressionar o Irã por um novo acordo nuclear, dizendo que Teerã precisa agir “antes que não sobre mais nada”.

Em um pronunciamento gravado previamente, o primeiro-ministro israelense Benjamin Netanyahu afirmou que o país vive “um momento decisivo” e que os ataques contra o Irã vão continuar “por quantos dias forem necessários”.

Segundo oficiais das Forças de Defesa de Israel, o Irã possui urânio enriquecido em quantidade suficiente para fabricar ogivas nucleares em poucos dias e mantém um programa nuclear secreto em estágio avançado.

Em nota, a embaixada de Israel no Brasil declarou que o Irã é o “principal patrocinador do terrorismo global” e representa uma ameaça existencial ao Estado israelense.

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