Publicado em 08/04/2025 às 15h41.

EUA confirmam tarifa extra de 50% sobre produtos chineses após impasse comercial

China não recua nas medidas retaliatórias e todos os produtos do país estarão sujeitos a 104% de tarifas a partir desta quarta-feira (9)

Redação
Foto: White House Archived

Os Estados Unidos confirmaram, na tarde desta terça-feira (8), que aplicarão uma tarifa adicional de 50% sobre as importações da China. A medida foi anunciada após o país asiático não atender ao pedido do presidente Donald Trump para suspender as tarifas retaliatórias de 34% divulgadas na semana anterior.

Trump havia dado prazo até as 13h (horário de Brasília) desta terça para que Pequim recuasse. Como isso não aconteceu, a nova taxa entrará em vigor às 3h01 (horário de Brasília) desta quarta-feira (9), segundo a agência Reuters. Ela se soma à tarifa “base” de 34%, anunciada na semana passada durante o “Dia da Libertação” promovido por Trump.

Além disso, a secretária de imprensa da Casa Branca, Karoline Leavitt, afirmou que o governo também vai impor uma tarifa extra de 84% sobre todos os produtos chineses a partir desta quarta. Isso significa que todas as mercadorias vindas da China passarão a ser taxadas em, no mínimo, 104%.

As tarifas anunciadas pela China, de 34%, já estavam previstas para entrarem em vigor também na quarta-feira, como resposta às medidas dos EUA. Com o endurecimento da posição chinesa, Trump decidiu ampliar a retaliação.

“Países como a China, que optam por retaliar e insistem em prejudicar os trabalhadores americanos, estão cometendo um erro”, disse Leavitt a jornalistas. “O presidente Trump tem uma espinha dorsal de aço e não vai ceder.”

Leavitt afirmou ainda que os chineses demonstram interesse em negociar, mas “não sabem como fazê-lo”. Ela não especificou quais seriam as condições exigidas por Trump para rever as tarifas.

Em 2024, a China foi a segunda maior fornecedora de produtos aos EUA, com US$ 439 bilhões exportados. Já os EUA venderam US$ 144 bilhões em mercadorias para o mercado chinês. Com o acirramento das tarifas, especialistas temem impactos sobre indústrias locais e o aumento de demissões.

Outros países e a União Europeia também têm até a meia-noite para tentar evitar novas tarifas, que variam entre 11% e 50%. Apesar de conversas com líderes internacionais, Leavitt deixou claro que Trump não pretende adiar as medidas. Após reunião com o presidente nesta terça, ela concluiu: “Ele espera que essas tarifas entrem em vigor”.

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