EUA e China trocam acusações sobre petróleo russo e Taiwan
Declarações alimentam clima de tensão em meio a reunião entre autoridades americanas e chinesas na Espanha

Os governos dos Estados Unidos e China trocaram acusações nas últimas horas, alimentando o clima de tensão em meio a reunião entre autoridades americanas e chinesas que ocorrem na Espanha, nesta segunda-feira (15), em uma tentativa dos dois países de resolverem suas diferenças comerciais. As informações são da agência britânica Reuters e do portal InfoMoney.
Primeiro, a China acusou o governo do presidente Donald Trump de promover uma “intimidação unilateral” ao pedir aos aliados que imponham tarifas à Pequim por causa de sua compra de petróleo russo. O americano, de fato, vem pressionando seus aliados na OTAN e na União Europeia para que aumentem as taxas sobre a China e Índia, principais compradores do óleo russo.
“Um exemplo clássico de intimidação unilateral e coerção econômica”, afirmou o Ministério do Comércio chinês.
Os Estados Unidos, por sua vez, afirmou que o governo do líder chinês Xi Jinping estaria intencionalmente descaracterizando documentos da época da Segunda Guerra Mundial para pressionar e isolar Taiwan.
Pequim alega que documentos como a Declaração do Cairo e a Proclamação de Potsdam apoiam suas reivindicações legais de soberania sobre a ilha, já que pedem que Taiwan seja “restaurada” ao domínio chinês na época em que a ilha era uma colônia do Japão.
Já Taipé afirma que nenhum acordo da Segunda Guerra Mundial fez menção à República Popular da China de Mao, porque ela não existia na época, de modo que Pequim não tem o direito de reivindicar Taiwan agora.
A China “legítima”
O entrave entre Pequim e Taipé já se estende por quase um século e trata, principalmente, sobre o debate em torno de qual dos dois países seria a China “legítima”, já que ambos os países reivindicam o título.
O governo de Taiwan governava todo o território correspondente a China até 1949, quando perdeu a guerra civil no país para os comunistas de Mao Zedong, sendo exilado na Ilha de Formosa, onde foi formada a “República da China” (nome oficial de Taiwan). A escolha do nome, somada a questão da soberania, iniciou o embargo entre as duas nações.
Taipé assumiu o controle total da ilha quando Japão assinou o Tratado de Paz de San Francisco em 1951, renunciando às suas reivindicações sobre Taiwan. O texto, no entanto, não tratava sobre a soberania na ilha.
A gestão comunista, por sua vez, adotou o nome de “República Popular da China”, reclamando soberania sobre a ilha desde então, afirmando que o tratado de San Francisco é “ilegal e inválido”, já que não faz parte dele.
Tradicionalmente, Washington costumava a possuir um posicionalmente mais imparcial em torno do conflito, evitando tomar lados. Isso, no entanto, mudou nas gestões de Trump, com os EUA passando a apoiar Taiwan com mais força e aumentando sua presença na ilha com visitas oficiais.
“A China intencionalmente descaracteriza documentos da época da Segunda Guerra Mundial, incluindo a Declaração do Cairo, a Proclamação de Potsdam e o Tratado de San Francisco, para tentar apoiar sua campanha coercitiva para subjugar Taiwan”, disse o Instituto Americano em Taiwan, embaixada dos EUA no país, em um comunicado nesta segunda.
“As narrativas de Pequim são simplesmente falsas, e nenhum desses documentos determinou o status político final de Taiwan”, acrescentou a embaixada de facto dos EUA na declaração enviada por email à Reuters.
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