Publicado em 11/03/2025 às 12h20.

Ex-presidente das Filipinas é preso acusado de crimes contra a humanidade

Rodrigo Duterte embarcou em voo para Haia, o que o tornará primeiro ex-chefe de Estado asiático a ser julgado na corte

Redação
Imagem: Reprodução/CNN/RVTM

 

O ex-presidente das Filipinas Rodrigo Duterte foi preso nesta terça-feira (11) ao desembarcar de uma viagem no principal aeroporto da capital do arquipélago asiático, Manila. A polícia agiu com base em um mandado do Tribunal Penal Internacional (TPI), que investiga milhares de assassinatos da “guerra contra as drogas” de sua Presidência. As informações são do jornal Folha de S. Paulo.

Horas após a prisão, seu advogado Martin Delgra afirmou que ele embarcou em um avião com destino a Haia, onde a corte é sediada, mas que, às 21h locais (10h no Brasil), a aeronave seguia na pista, com as portas abertas. Uma de suas filhas, Veronica, havia publicado nas redes sociais anteriormente que seu pai havia embarcado em um avião, mas que sua família não havia sido informada a respeito do destino.

Ela também publicou um vídeo no qual o ex-presidente pergunta sobre a base jurídica de sua detenção. “Por que você me levaria ao órgão internacional quando não somos mais membros? Reflita seriamente sobre isso, porque terá implicações”, disse ele. “Se cometi um pecado, processem-me nos tribunais filipinos, com juízes filipinos, e serei preso em minha própria nação.”

A fala está alinhada com declarações anteriores sobre o assunto. Duterte lança provocações ao TPI desde quando retirou unilateralmente as Filipinas do tratado fundador da corte, em 2019 —naquele ano, a corte começou a investigar alegações de assassinatos sistemáticos sob sua supervisão. O tribunal de última instância diz ter jurisdição para investigar crimes que ocorreram enquanto um país era membro.

Internamente, Duterte não foi acusado de nenhum crime, e as investigações caminham lentamente. Já no TPI, o político de 79 anos enfrenta uma acusação de crimes contra a humanidade pela política antidrogas que, segundo grupos de defesa dos direitos humanos, matou dezenas de milhares de pessoas —a maioria, homens pobres que, muitas vezes, não tinham evidências de vínculos com o narcotráfico.

Para familiares das vítimas, a detenção foi um passo importante na responsabilização pelos assassinatos.

 

 

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