Publicado em 25/11/2025 às 09h40.

Governo avalia cenário mais desfavorável para negociações com os EUA após prisão de Bolsonaro

Brasília ainda aguarda resposta de Washington sobre pedido de suspensão temporária da alíquota de 40%

Redação
Foto: Ricardo Stuckert/TV Brasil

 

Interlocutores do governo brasileiro avaliam que as negociações com os Estados Unidos para a suspensão das sanções aplicadas contra o Brasil devem se tornar mais complicadas após a prisão preventiva do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), que ocorreu na manhã do último sábado (22). As informações são do jornal O Globo e do portal InfoMoney.

Por outro lado, eles avaliam que, até o momento, não há sinais de que Washington planeje adotar novas medidas punitivas, a menos que o presidente Donald Trump surpreenda e tome alguma iniciativa fora do previsto.

Apesar do cenário menos favorável, o governo brasileiro ainda aguarda uma resposta ao pedido de suspensão temporária da alíquota de 40% — o chamado tarifaço — enquanto se mantêm as conversas em andamento.

A proposta brasileira, encaminhada a Washington no início do mês, também prevê a reversão das sanções impostas a autoridades nacionais, entre elas o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes.

No sábado, logo após a prisão de Bolsonaro, o vice-secretário de Estado dos EUA, Christopher Landau, reagiu à medida, que chamou de “provocativa e desnecessária”. Landau voltou a criticar Moraes, responsável pela detenção de Bolsonaro e relator do processo que o condenou a mais de 27 anos de reclusão por tentativa de golpe de Estado. Em uma rede social, chamou o magistrado de “violador de direitos humanos”.

O Brasil busca um acordo que encerre a sobretaxa ou, ao menos, amplie as exceções atualmente em vigor. Figuras centrais de Washington e Brasília tem se encontrado regularmente desde setembro para tratar das negociações. Os presidentes Luiz Inácio Lula da Silva e Donald Trump, por exemplo, já tiveram duas reuniões: a primeira por telefone e a outra na Malásia, quando os dois participavam da Cúpula da ASEAN.

Outro importante encontro foi entre o realizado entre o chanceler Mauro Vieira e o secretário de Estado americano, Marco Rubio, há duas semanas. O chefe da diplomacia dos EUA disse a Vieira que o governo de seu país enviaria uma resposta a Brasília em breve.

Mais notícias

Este site armazena cookies para coletar informações e melhorar sua experiência de navegação. Settings ou consulte nossa política.