Publicado em 06/10/2025 às 10h09.

Israel e Hamas se reúnem para nova rodada de negociações no Egito

Na véspera do aniversário de 2 anos do conflito, partes se encontram para debater cessar-fogo na Faixa de Gaza

Redação
Foto: Reprodução / X @UNRWA

 

Autoridades do grupo palestino Hamas e membros do governo de Israel estão reunidos nesta segunda-feira (6), no Egito, onde debatem o fim da guerra na Faixa de Gaza e a libertação de reféns, além de outros pontos mais controversos das negociações entre as partes, como o desarmamento do grupo militante, um dos requerimentos feitos no plano de cessar-fogo confeccionado pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump.

A nova rodada de tratativas entre Hamas e Israel ocorrem na véspera do aniversário de dois anos da guerra, que já deixou a maioria dos 2,2 milhões de habitantes de Gaza desabrigados e famintos em um mar de escombros após os diversos ataques israelenses que mataram mais de 67.000 palestinos, principalmente civis, segundo as autoridades de saúde de Gaza.

A expectativa é que os negociadores israelenses cheguem ao resort egípcio de Sharm el-Sheikh, no Mar Vermelho, no final do dia, para conversações com foco na libertação dos reféns, parte do plano de 20 pontos de Donald Trump para encerrar o conflito. As informações são da agência britânica Reuters e do portal InfoMoney.

Uma autoridade palestina próxima às negociações e ouvida pela Reuters, no entanto, se mostrou cética em relação às perspectivas de um avanço nas tratativas devido à profunda desconfiança mútua, dizendo que o Hamas e outras facções palestinas temem que Israel possa abandonar as negociações assim que recuperar os reféns.

A delegação israelense que deve estar no Egito inclui funcionários das agências de espionagem Mossad e Shin Bet, o conselheiro de política externa do primeiro-ministro Benjamin Netanyahu, Ophir Falk, e o coordenador dos reféns, Gal Hirsch.

O negociador-chefe de Israel, o ministro de Assuntos Estratégicos, Ron Dermer, no entanto, só deve participar das tratativas a partir do final desta semana, é o que afirma autoridades israelenses. Os porta-vozes de Dermer e do primeiro-ministro não comentaram imediatamente.

Já a delegação do Hamas é liderada pelo chefe exilado do grupo, Khalil Al-Hayya, cuja a visita ao Egito será a primeira desde que ele sobreviveu a um ataque aéreo israelense em Doha, capital do Catar, no mês passado, que tinha como objetivo matar as principais autoridades do grupo.

A linha de argumento do Hamas visa esclarecer como funcionará a troca dos reféns restantes – vivos e mortos – por prisioneiros palestinos de Israel, bem como acertar os pontos sobre a retirada militar das forças de Benjamin Netanyahu de Gaza e um cessar-fogo na região, de acordo com uma declaração divulgada pelo grupo islâmico no final do domingo.

Desde o início de setembro, Israel tem aumentado suas ofensivas na região, especialmente na Cidade de Gaza, principal centro urbano da Faixa.

O ponto mais polêmico do encontro será, provavelmente, a exigência israelense, ecoada por Trump em seu plano, de que o Hamas deve se comprometer a se desarmar, algo que o grupo insiste que não pode acontecer sem que Israel termine sua ocupação na Faixa de Gaza e que um Estado Palestino seja criado, afirma uma fonte do Hamas à Reuters.

A criação de um Estado Palestino é fortemente rejeitada por Netanyahu, que se vê cada vez mais isolado no cenário internacional, a medida que aliados importantes, como a França, vem reconhecendo a independência da Palestina na Organização das Nações Unidas (ONU).

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