Publicado em 17/05/2025 às 10h00.

Israel lança nova ofensiva militar em Gaza após ataques que mataram 100 palestinos

Operação Carruagens de Gideão marca intensificação da campanha contra o Hamas, enquanto cresce a pressão internacional por cessar-fogo e ajuda humanitária

Redação
Foto: Reprodução / X @UNRWA

 

Militares israelenses anunciaram neste sábado (17) o início de uma nova ofensiva na Faixa de Gaza, com o lançamento de “ataques extensos” que fazem parte da chamada Operação Carruagens de Gideão. A ação ocorre em meio a relatos de que, somente na sexta-feira, 100 pessoas morreram em decorrência dos bombardeios israelenses no território palestino. Durante a madrugada, pelo menos 58 palestinos foram mortos em ataques da Força Aérea de Israel, segundo autoridades de saúde locais.

Desde quinta-feira (15), mais de 300 palestinos perderam a vida nos bombardeios. A escalada do conflito ocorre logo após o ex-presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, concluir sua visita ao Oriente Médio sem avanços visíveis em relação a um novo cessar-fogo.

De acordo com uma publicação do Exército israelense no Telegram, o país está nos “estágios iniciais” da nova operação militar, que visa atingir todos os objetivos da guerra, incluindo a libertação de reféns e o enfraquecimento do Hamas. Em comunicado em inglês, o Exército informou ainda que está mobilizando tropas para garantir o controle operacional de áreas dentro da Faixa de Gaza.

A agência de defesa civil de Gaza confirmou que 100 pessoas foram mortas somente na sexta-feira. O Exército de Israel afirmou que, em 24 horas, suas forças atacaram mais de 150 alvos considerados “terroristas” em todo o território.

A atual ofensiva começou em 18 de março, encerrando uma trégua de dois meses na guerra iniciada após o ataque do Hamas em outubro de 2023. A ação militar ocorre em meio a críticas crescentes ao bloqueio imposto por Israel à entrada de ajuda humanitária, com ONGs alertando sobre a escassez extrema de alimentos, água, combustível e medicamentos na região.

O alto comissário da ONU para os Direitos Humanos condenou os ataques israelenses nesta sexta-feira, classificando a situação em Gaza como uma “guerra” em curso. Trump também reconheceu a gravidade da crise humanitária e afirmou que é necessário garantir o envio de ajuda ao território sitiado.

Em 5 de maio, o primeiro-ministro Benjamin Netanyahu anunciou planos para uma ofensiva ainda mais intensa, aprovada por seu gabinete de segurança. Esses planos incluem a possibilidade de ocupação total da Faixa de Gaza e o controle direto da distribuição de ajuda.

Israel afirma que seu objetivo principal é eliminar as capacidades militares e administrativas do Hamas, que, no ataque de 7 de outubro de 2023, matou cerca de 1.200 israelenses e sequestrou aproximadamente 250 pessoas. Desde então, a campanha militar devastou Gaza, desalojando quase toda a população e deixando mais de 53 mil mortos, de acordo com dados das autoridades de saúde locais.

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