Líbano atende a pedido dos EUA e diz que vai desarmar o Hezbollah

O governo do Líbano anunciou na quinta-feira (7) que vai iniciar o processo de desarmamento da organização política e paramilitar Hezbollah e de outros grupos armados que operam no território libanês. A decisão atende a um pedido dos Estados Unidos e foi divulgada pelo primeiro-ministro do país, Nawaf Salam.

Segundo matéria do jornal Metrópoles, a ação está prevista dentro do pacote de ações do cessar-fogo entre Israel e o Hezbollah, anunciado pela administração americana ainda em novembro do ano passado. A expectativa é de que o possível desarmamento de grupos paramilitares no Líbano aconteça até o fim deste ano.

Além da medida desarmamentista, o governo de Salam aprovou outras medidas também ligadas ao recente conflito no Líbano. Entre elas está o deslocamento do Exército do país para áreas de fronteira, negociações com Israel sobre prisioneiros, o fim das operações israelenses no território e o apoio internacional militar para garantir um cessar-fogo.

Apesar da aprovação das medidas e do aceno positivo do governo de Donald Trump, ainda não está claro como o Líbano pretende desarmar o Hezbollah e os outros grupos atuantes no país.

O próprio Hezbollah criticou a decisão do governo de Salam, definindo-a como uma “marcha de humilhação” e uma rendição do país a Israel e aos EUA. A organização ocupa posições importantes no governo libanês e possuí apoio de parte da população xiita do país.

Em discurso, o secretário-geral do Hezbollah, Naeem Qassem, acusou Israel de violar a trégua diversas vezes por meio de bombardeios recentes no Líbano. Por isso, o líder da organização política e paramilitar prometeu que o grupo não deve se desarmar no atual cenário, já que isso enfraqueceria a capacidade de defesa do país.