Publicado em 11/10/2024 às 13h10.

Nobel da Paz premia organização japonesa que atua pela abolição das armas nucleares

Co-presidente da entidade, Toshiyuki Mimaki é um dos sobreviventes do ataque dos EUA a Hiroshima, em 1945

Redação
Imagem: Reprodução/YouTube/Nippon TV News

 

Organização japonesa que atua pela abolição das armas nucleares, a Nihon Hidankyo foi premiada com o Nobel da Paz de 2024. O anúncio, feito pelo comitê da premiação nesta sexta-feira (11), foi justificado pelo fato de que o tabu a respeito do uso de armas nucleares está sob pressão no mundo.

Fundada 11 anos após o fim da Segunda Guerra Mundial, a entidade representa dezenas de milhares de sobreviventes das bombas atômicas lançadas em 1945 pelos Estados Unidos sobre as cidades de Hiroshima e Nagasaki, acontecimento que completará 80 anos em 2025. As explosões, com três dias de diferença, mataram cerca de 200 mil pessoas, sem contar as mortes posteriores em decorrência da radiação.

Chamados de hibakusha, os atingidos usam seus depoimentos para conscientizar o mundo dos horrores de um ataque nuclear. Logo após a guerra, o Japão reconheceu cerca de 650 mil sobreviventes —número que diminuiu desde então devido às mortes pela idade avançada.

“Os hibakusha estão recebendo o Prêmio Nobel da Paz por seus esforços para alcançar um mundo livre de armas nucleares e por demonstrar, por meio de testemunhos, que as armas nucleares nunca devem ser usadas novamente”, disse o comitê do Nobel. “Eles nos ajudam a descrever o indescritível, a pensar no impensável e, de alguma forma, a compreender a dor e o sofrimento incompreensíveis causados pelas armas nucleares.”

Copresidente da Nihon Hidankyo, Toshiyuki Mimaki é um dos sobreviventes do ataque dos EUA a Hiroshima, em 1945. Ele afirmou que a premiação ajudará a organização a pedir ao mundo a desnuclearização e, assim, “alcançar a paz eterna”. “Por favor, extingam as armas nucleares enquanto estamos vivos”, disse, segundo o jornal americano The New York Times. “Não temos mais muito tempo de vida.”

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