Reino Unido é o 2º país com mais casos da doença; especialistas explicam o aumento
Segundo especialistas, o número reduzido de pessoas com máscara, o aumento das aglomerações sociais e a queda da proteção da vacina são alguns dos fatores
Atualmente, o número de infecções por Covid-19 no Reino Unido está próximo do patamar mais alto registrado em 2021, com uma média de 45 mil novos casos por dia. É a segunda maior taxa em números absolutos do mundo – atrás apenas dos Estados Unidos – e a décima se for levado em conta o tamanho da população.
Mesmo com a vacina, a explosão de casos da doença, no entanto, ainda é motivo de preocupação para muitos países com alto grau de vacinação.
Para especialistas, há uma série de fatores que podem ajudar a explicar a explosão de casos no Reino Unido mesmo com 65% da população total completamente vacinada: o número reduzido de pessoas com máscara, o aumento das aglomerações sociais, a queda da proteção da vacina contra casos leves após seis meses e a baixa taxa de vacinação entre os jovens.
O que dizem as estatísticas?
O crescente número de pessoas com diagnóstico positivo de Covid-19 no Reino Unido ultrapassou recentemente a marca de 40 mil novos casos diários — o Brasil tem cerca de 10 mil. O patamar de infecções dos últimos três meses (verão e outono) é praticamente o mesmo dos três meses do outono-inverno anterior.
Pesquisas têm apontado que há muito menos pessoas no Reino Unido usando máscaras contra a Covid-19 atualmente do que em outros países europeus, como Alemanha, França, Espanha e Itália, porém, os especialistas dizem que o uso de máscaras não é a única explicação. O Reino Unido relaxou muitas restrições mais cedo do que a maioria do resto da Europa Ocidental, e de acordo com eles, isso também influencia.
Imunidade diminuindo?
O Reino Unido avançou bastante na distribuição de vacinas contra a Covid-19, com 67% da população total completamente vacinada até outubro de 2021 — o Brasil tem 50%. Quase 80% da população adulta (com mais de 12 anos) já recebeu duas doses da vacina no Reino Unido.
Isso, sem dúvida, salvou muitas vidas ao prevenir casos graves da doença, mas esse progresso inicial pode dar uma pista de por que o país está enfrentando casos mais graves agora.
Um estudo, feito com resultados de testes de pessoas vacinadas que registraram sintomas em um aplicativo, sugere que a proteção da vacina contra a infecção do vírus diminui significativamente após cinco ou seis meses. Em resumo, com essa possível queda da imunidade, especialistas afirmam que o início acelerado e antecipado da vacinação no Reino Unido pode ajudar a explicar a atual explosão de casos de Covid-19.
Vacinação
O programa britânico de vacinação avançou rápido no início, mas ele estagnou nos últimos meses. Nas duas primeiras semanas de outubro, a proporção de pessoas com 12 anos ou mais que receberam pelo menos uma dose da vacina praticamente não mudou.
Segundo um porta-voz do governo Boris Johnson, “o programa de vacinação enfraqueceu significativamente a relação entre casos, hospitalizações e mortes e ele continuará a ser nossa primeira linha de defesa contra a Covid-19. Nós encorajamos aqueles que são elegíveis para uma dose de reforço a se apresentarem para garantir que eles tenham essa proteção extra vital diante da aproximação do inverno (quando as pessoas passam mais tempo em lugares fechados).”
Por fim, outro fator que pode distorcer as comparações internacionais é a taxa de testes realizados para detectar a doença. Ao longo da pandemia, o Reino Unido esteve entre os países que mais testaram, inclusive com a distribuição de milhões de testes gratuitos para a população.
Com informações da BBC News Brasil
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