Publicado em 15/08/2025 às 14h48.

Relatório da ONU emite alerta para violência sexual por parte de Israel e Rússia

Como resposta, o embaixador de Israel na ONU, Danny Danon, criticou a organização

Júlia Cezana
Foto: ONU / Mark Garten

 

Um relatório da ONU divulgado nesta quinta-feira (14) reúne 63 países ou entidades acusados de recorrer ao estupro e a outras formas de violência sexual em conflitos armados, apontando um aumento de 25% no uso dessas práticas como tática de guerra, tortura, terrorismo e repressão política por parte de países ou grupos terroristas como o Hamas.

Dentre as vítimas registradas, as mulheres representam a grande maioria (92%). O secretário-geral da ONU, António Guterres, informou que Israel e Rússia estão sob monitoramento e podem ser incluídos neste relatório no próximo ano, na lista de países e grupos armados responsáveis por violência sexual em contextos de guerra.

Com relação à Rússia, Guterres menciona que há “ ‘informações credíveis’ sobre abusos contra prisioneiros de guerra ucranianos, em 50 locais oficiais de detenção e 22 locais não oficiais na Ucrânia e na Federação Russa. Entre essas violações estão numerosos casos documentados de violência genital, incluindo electrocussões, espancamentos e queimaduras nas partes genitais, além do uso de nudez forçada e prolongada, com o objetivo de humilhar as vítimas e obter confissões ou informações“. 

Já a respeito dos territórios palestinos e Israel, ele diz estar “gravemente preocupado com informações credíveis sobre violações cometidas pelas forças armadas e de segurança israelenses contra palestinos em várias prisões, um centro de detenção e uma base militar”. Essa preocupação parece ser somada com o fato de que Israel proibiu que a ONU continue a monitorar o país o que, nas palavras de Guterres, torna difícil fazer informações assertivas e coletar dados fidedignos à realidade sobre padrões, tendências e o uso sistemático de violência sexual por parte das tropas israelenses. 

Como resposta, o embaixador de Israel na ONU, Danny Danon, criticou a organização, afirmando que ela deveria “concentrar-se nos crimes de guerra chocantes e nas violências sexuais cometidas pelo Hamas, bem como na libertação de todos os reféns”. Ele acrescentou que “Israel não se furtará a proteger seus cidadãos e continuará a agir conforme o direito internacional”. Já por parte da  Rússia, nao houve declaração até o momento. 

Júlia Cezana

Graduada e mestre em Relações Internacionais, com foco em Geopolítica; tem experiência em análises conjunturais para diversos institutos de pesquisa da PUC MINAS, Universidade Federal de Minas Gerais e Universidade de Groningen, na Holanda; já trabalhou na pesquisa e redação de clippings e notícias para a base de dados CoPeSe, parceria com o programa de Voluntariado das Nações Unidas.

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