Rússia promove ofensiva ininterrupta contra a Ucrânia, afirma general

Ação compõe uma "iniciativa estratégica" na linha de frente da guerra, detalhou o chefe do Estado-Maior Russo, Valery Gerasimov

Redação

Forças russas estão realizando uma ofensiva ininterrupta neste sábado (30) ao longo de quase toda a linha de frente na Ucrânia em uma “iniciativa estratégica”, é o que afirma o chefe do Estado-Maior da Rússia, Valery Gerasimov, em um comunicado divulgado nesta manhã. As informações são do portal InfoMoney.

“O grupo combinado de tropas continua uma ofensiva ininterrupta ao longo de quase toda a linha de frente”, detalhou o general à deputados russos em um discurso publicado pelo Ministério da Defesa. “No momento, a iniciativa estratégica está inteiramente com as forças russas.”

Segundo Gerasimov, a Rússia realizou cerca de 76 ataques direcionados a instalações militares-industriais ucranianas na primavera e no verão, com foco na destruição de locais onde são produzidos sistemas de mísseis de longo alcance e drones. O general ainda afirma que Moscou possui controle de 99,7% da região de Luhansk, no leste da Ucrânia, além de 79% da região de Donetsk, 74% da região de Zaporizhzhia e 76% da região de Kherson.

Desde março, a Rússia capturou mais de 3.500 km² do território ucraniano e assumiu o controle de 149 vilarejos, disse ele.

A Rússia já havia intensificado os ataques aéreos sobre vilas e cidades ucranianas muito atrás das linhas de frente neste ano, além da contínua ofensiva em grande parte da região leste do país. Ambas medidas visam a conquista de mais território na guerra, que já se estende por 3 anos e meio na fronteira entre os dois países.

Na quinta-feira (28), autoridades ucranianas já haviam reportado ataques russos à capital Kiev que mataram, pelo menos, 23 pessoas e feriram outras 38.

O aumento de ataques por parte da Rússia ocorre menos de duas semanas após o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, ter se reunido com o presidente russo, Vladimir Putin, em uma cúpula no Alasca, para um encontro que, segundo Washington, poderia avançar os chamados “esforços” para acabar com o conflito.

Apesar de Moscou seguir negando que tenha civis como alvo, autoridades ucranianas dizem que dezenas já foram mortos em ataques russos a áreas densamente povoadas da Ucrânia nos últimos meses.