Publicado em 12/11/2025 às 09h20.

Trump indica possível redução da tarifa sobre o café e Brasil pode se beneficiar

País é o principal fornecedor do grão para o mercado americano

Redação
Foto: Reprodução/Instagram

 

O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, confirmou na terça-feira (11) sua pretensão em reduzir parte das tarifas que impôs sobre a importação de café. A medida pode beneficiar o Brasil, já que o país é o principal fornecedor do grão ao mercado americano. As informações são do portal InfoMoney.

“Vamos baixar algumas tarifas sobre o café, e vamos ter algum café entrando [nos EUA]”, disse Trump em entrevista à emissora Fox News. O republicano não informou o tamanho da redução nem quais países seriam contemplados. Desde agosto, produtos brasileiros como café, carne e aço enfrentam sobretaxas de até 50%, impostas por razões políticas.

Trump, que vem enfrentando críticas até mesmo internamente sobre as taxações, afirmou que pretende realizar mudanças “cirúrgicas” no modelo de tarifas e indicou que a redução pode seguir o modelo de exceções a produtos que não são produzidos em escala suficiente nos EUA, categoria em que o café foi incluído em setembro.

O tarifaço de Trump vem pressionando os preços nos EUA. Só neste ano, o café subiu cerca de 19% no país. Nas cafeterias de Nova York, os aumentos ao consumidor chegam a 55%, e o país enfrenta queda de 53% nas importações de café brasileiro desde setembro, de acordo com o Conselho dos Exportadores de Café do Brasil (Cecafé).

Em 2024, o Brasil exportou US$ 1,96 bilhão em café para os EUA, que respondem por um terço do consumo global. No acumulado de 2025 até setembro, o país embarcou 4,36 milhões de sacas aos americanos, queda de 24,7% sobre o mesmo período do ano anterior.

O produto representa 5,3% das exportações brasileiras para os EUA neste ano, segundo o Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (Mdic).

A fala de Trump surge em meio a melhora nas relações entre Brasil e Estados Unidos após o encontro do republicano com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, em outubro, na Malásia, que deu início às negociações abertas entre Brasília e Washington.

Na ocasião, Lula pediu a suspensão total das tarifas, mas o governo brasileiro admite aceitar reduções por produto caso a isenção integral não seja possível. O vice-presidente Geraldo Alckmin já havia classificado o café como prioridade nas tratativas.

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