Zelensky afirma que cessar-fogo com a Rússia é possível a qualquer momento

O presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, afirmou neste domingo (4) que um cessar-fogo com a Rússia pode ocorrer a qualquer momento. A declaração foi feita durante uma entrevista coletiva em Praga, ao lado do presidente tcheco Petr Pavel.

Na ocasião, Zelensky também destacou que a Ucrânia espera receber 1,8 milhão de projéteis em 2025, como parte de uma iniciativa liderada pela República Tcheca para fornecer assistência militar ao país.

A guerra, iniciada com a invasão russa em larga escala em fevereiro de 2022, permanece marcada por intensos combates e mortes de civis. Recentemente, dois mísseis balísticos russos atingiram a cidade de Sumy, no norte da Ucrânia, matando 34 pessoas e ferindo 117 — o ataque mais letal em 2025 até o momento.

Zelensky condenou o bombardeio e renovou os apelos por ações mais firmes contra Moscou. O líder ucraniano também sugeriu que o ex-presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, visite a Ucrânia, e manifestou incertezas quanto ao apoio contínuo dos EUA, embora tenha reafirmado a importância da parceria estratégica entre os dois países.

Em uma reunião anterior na Casa Branca, Zelensky e Trump protagonizaram um encontro tenso, com trocas de farpas diante da imprensa. Ainda assim, o presidente ucraniano reforçou o pedido para que os EUA participem ativamente de esforços internacionais de paz e contribuam para a proteção do espaço aéreo ucraniano.

Apesar das negativas do Kremlin, a Rússia é acusada de atingir civis, e milhares de pessoas já morreram ou ficaram feridas desde o início do conflito. Atualmente, as forças russas controlam cerca de 20% do território ucraniano nas regiões leste e sul do país.

A Ucrânia tem compartilhado informações com parceiros internacionais sobre supostos crimes de guerra, e os casos estão sendo investigados pelo Tribunal Penal Internacional.

Durante a gestão Trump, houve encontros entre representantes russos e ucranianos com o objetivo de alcançar um cessar-fogo. O enviado especial Steve Witkoff chegou a se reunir com Vladimir Putin para discutir possibilidades de paz. No entanto, os recentes ataques sinalizam a fragilidade desses esforços e a persistência dos confrontos.