Publicado em 15/10/2024 às 19h14.

Prefeitura fecha serviços de saúde e sobrecarrega sistema estadual, diz titular da Sesab

"Mesmo com a disposição do governo do Estado de firmar parcerias, o prefeito e a Secretaria Municipal de Saúde não propuseram qualquer ação para enfrentar os problemas"

Redação
Foto: Reprodução/ assessoria

 

A secretária da Saúde do Estado da Bahia, Roberta Santana, declarou nesta terça-feira (15), em entrevista a veículos de imprensa de Camaçari, que “mesmo com a disposição do Governo do Estado em firmar parcerias, o prefeito e a Secretaria Municipal de Saúde não propuseram qualquer ação conjunta para enfrentar os problemas da área”. De acordo com a titular da pasta da saúde na Bahia, a ausência de diálogo e de propostas municipais têm gerado graves consequências para o atendimento à saúde da população.

Roberta Santana também destacou que o fechamento de Unidades de Pronto Atendimento (UPAs), como a da Nova Aliança, está diretamente sobrecarregando o Hospital Geral de Camaçari, mantido pelo governo estadual. “A unidade de saúde tem absorvido casos de baixa e média complexidade que deveriam ser tratados em estruturas municipais. Quando o município fecha portas de atendimento, a população acaba recorrendo ao hospital, que deveria estar focado em casos mais graves”, explicou a secretária. Ela ainda apontou que mais de 80% dos atendimentos hospitalares são de pacientes que deveriam ser atendidos em postos de saúde e UPAs.

Para a titular da pasta estadual, uma cidade com mais de 300 mil habitantes e uma economia robusta deveria estar ampliando seus serviços de saúde, em vez de fechá-los. Ela classificou o fechamento das UPAs como um movimento contrário à lógica da saúde pública, uma vez que a ampliação da oferta de atendimento é essencial para o bom funcionamento do Sistema Único de Saúde (SUS).

Ainda durante entrevista, a secretária afirmou que ‘a gestão municipal tem falhado gravemente na aplicação dos recursos federais e estaduais destinados à saúde’. “A prefeitura de Camaçari negligenciou a necessidade de cirurgias eletivas dos moradores ao executar menos de 1% dessas intervenções. O que falta em Camaçari é gestão e compromisso com a população. O Governo do Estado tem buscado aliviar essa pressão por meio de feiras itinerantes, que já realizaram mais de 19 mil atendimentos. No entanto, a prefeitura apenas critica, em vez de oferecer consultas, exames e cirurgias na rede municipal para atender à demanda”, salientou a secretária.

A titular da Sesab também afirmou que além disso, a Policlínica Regional tem atendido milhares de moradores de Camaçari, suprindo a falta de iniciativa do município. Contudo, a prefeitura ainda deve ao consórcio de saúde, sobrecarregando os demais municípios. “Para agravar a situação, a ausência de representantes da prefeitura na assinatura da ordem de serviço para a construção da nova Policlínica Regional de Saúde, a primeira do Brasil, reforça o descaso da administração local, que tem negligenciado serviços essenciais, enquanto a população sofre com a falta de atendimento adequado”, concluiu Roberta Santana.

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