Viação Vitória: reunião às 16h pode resolver impasse com prefeitura

Com 40% das linhas de ônibus paradas desde terça-feira (17), a situação do transporte público de Vitória da Conquista, no sudoeste baiano, pode ser ainda mais crítica do que parece, mas uma reunião entre a Viação Vitória e a prefeitura pode solucionar um dos impasses nesta quarta (18), às 16h.

Às 4h de terça, uma inspeção de surpresa de fiscais da Secretaria Municipal de Mobilidade na garagem da companhia encontrou irregularidades em 74 dos 80 coletivos que servem à cidade, o que impediu a empresa de colocar os veículos nas ruas a partir de então.

Em nota, a Viação Vitória informou ao bahia.ba que “se reunirá com o prefeito e secretários para apresentar uma proposta que viabilize o retorno de pelo menos 30% da frota, como determina a Lei”.

No texto, a companhia afirma que vai tomar providências para colocar os veículos em condição de uso, “mas é impraticável fazer isso em 74 carros de uma vez só. É preciso separar os ônibus com irregularidades graves dos que possuem problemas simples e que não representam riscos maiores”.

A empresa classifica como “irregularidades simples” os casos de veículos com “documentação atrasada, defeito no degrau [de alguns coletivos] ou sem trocar de farol normal para alto [luz alta e baixa]”.

Transporte em crise – Ao bahia.ba, o prefeito do Vitória da Conquista Herzém Gusmão (MDB) chamou de “inusitada” a situação do sistema de transporte público do município.

De acordo com o gestor, a empresa que detém 60% das linhas de ônibus, Cidade Verde, “foi condenada [há 15 dias] pela Justiça em relação [a irregularidades no] processo licitatório que venceu, durante a gestão passada”. Com a decisão, a prefeitura está obrigada a realizar licitação destes ramais em um prazo de seis meses.

Sem queixas em relação aos serviços prestados pela companhia, o emedebista disse que a Cidade Verde “cumpre o contrato em 100%. É uma empresa perfeita em termos de transporte coletivo”.

Por outro lado, Herzém defende que “a [Viação] Vitória descumpre [o contrato] em quase 100%”.

O prefeito também informou que a Viação Vitória enfrenta inúmeros problemas estruturais, atrasa o pagamento dos salários dos rodoviários e ainda é alvo de um processo de recuperação judicial.

“Pelo que nós estamos sentindo, fatalmente será decretada a falência [da empresa], mas isso não depende da prefeitura, depende da Justiça”, opinou.

Com uma empresa judicialmente condenada a deixar o sistema e outra com veículos “sem condições de tráfego”, o emedebista considera “impossível concluir um processo licitatório deste porte em seis meses” e, por conta própria, já liberou que a Cidade Verde opere linhas da Viação Vitória em caráter emergencial, até que uma solução seja mediada com as partes interessadas.

Em outra frente, o presidente do Sindicato dos Rodoviários de Vitória da Conquista, Álvaro Souza, disse ao bahia.ba que já aguarda um “retorno da prefeitura sobre uma possível suspensão do contrato [com a Viação Vitória]” para garantir judicialmente os direitos dos trabalhadores.