Publicado em 03/12/2018 às 11h47.

João Emílio: a luta pela indenização do mandato que ACM lhe surrupiou

"Se não me pagarem, terei sido roubado duas vezes"

Levi Vasconcelos

Frase da vez

“Quem aceita o mal sem protestar, coopera realmente com ele”

Martin Luther King, pastor e ativista negro dos EUA (1929-1968)

Foto: Levi Vasconcelos
Foto: Levi Vasconcelos

 

Com 77 anos e dois mandatos de deputado estadual (de 1980 a 1987), o médico João Emílio de Oliveira Souza, João Emílio para os mais chegados, é presença sempre constante na Assembleia, não no plenário, sempre nos corredores e alguns gabinetes.

Matando as saudades?

— Eu venho aqui é atrás do meu dinheiro. Tenho direito, a Justiça reconhece. Não me pagam e eu não abro mão.

O dinheiro que João Emílio corre atrás tem uma genética interessante. Em 1982, candidato a reeleição, recebeu o aviso de ACM: não poderia ter mais votos que Luís Eduardo Magalhães, também candidato, apoiado por adversário dele, Emílio.

Em desgraça

Teve quase 10 mil votos, Luís Eduardo, pouco além de 8 mil, 1.600 a mais. Caiu em desgraça.

Mesmo reeleito ACM, articulou para ele não tomar posse. E não tomou, o que só veio acontecer dois anos e meio depois, efetivando-se em 1984 quando Augusto Mathias renunciou para tornar-se conselheiro.

João Emílio ganhou em todas as instâncias da Justiça, provando que tinha sido eleito. O processo terminou no STJ, após passar pelo TSE, em 1989. João Emílio pede os salários equivalentes ao período, 30 meses, mais indenização por danos morais.

Um deputado ganha hoje R$ 25.322,25. Multiplicando por 30, só aí dá R$ 750 mil. Mais a indenização….

— Se não me pagarem, terei sido roubado duas vezes.

Levi Vasconcelos

Levi Vasconcelos é jornalista político, diretor de jornalismo do Bahia.ba e colunista de A Tarde.

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