8/1: ato de 2 anos dos ataques contará com devolução de obras restauradas e abraço da democracia

A Praça dos Três Poderes, em Brasília, será palco nesta quarta-feira (8) do segundo aniversário dos ataques do 8 de janeiro. A agenda do presidente Luiz Inácio Lula da Silva para o dia conta com diversos atos públicos e simbólicos que pretendem ressaltar a recuperação e a memória democrática.

Segundo matéria do InfoMoney, os atos se iniciam na Sala de Audiências do Palácio do Planalto, às 9h30, com a entrega de obras de arte restauradas após os atos golpistas que serão reintegradas ao local. Entre elas, destaca-se um raro relógio do século XVII, trazido ao Brasil por D. João VI em 1808 e que foi recuperado na Suíça, sem custos para o governo brasileiro e a tempo para a comemoração, após ter sido destruído durante os ataques de 2023.

O responsável pela destruição da peça, o mecânico Antônio Cláudio Alves Ferreira, foi condenado pelo Supremo Tribunal Federal (STF) a 17 anos de prisão por crimes como golpe de Estado e associação criminosa armada. Ele e outros réus também foram condenados a pagar R$ 30 milhões em indenizações coletivas.

Além do relógio, a solenidade desta quarta-feira prevê ainda a entrega de outras 21 obras de arte restauradas. Às 10h30, será feito o descerramento da obra As Mulatas, de Di Cavalcanti, avaliada em R$ 8 milhões, que foi furada durante os atos antidemocráticos. Uma cerimônia com a presença de autoridades está prevista para as 11h, no Salão Nobre do Planalto.

À tarde, será a vez de Lula descer a rampa do Planalto para participar do “Abraço da Democracia”, um ato simbólico na Praça dos Três Poderes que contará com a presença de representantes do Executivo, Legislativo e Judiciário, além de movimentos sociais.

Previsto para reunir cerca de mil pessoas, o evento ainda contará com a presença de instituições como a Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), a Central Única dos Trabalhadores (CUT) e a Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB).

Anistia

Os eventos desta quarta-feira ocorrem em meio ao debate no Congresso Nacional sobre a pauta da anistia para os envolvidos nos atos golpistas. Os líderes Hugo Motta (Republicanos-PB) e Davi Alcolumbre (União Brasil-AP), potenciais sucessores nas presidências da Câmara e do Senado, são peças-chave na tramitação dessa pauta.

Além disso, os avanços nas investigações sobre a tentativa de golpe. Em dezembro do ano passado, o general Walter Braga Netto se tornou o primeiro general de quatro estrelas a ser preso por suspeita de envolvimento em uma trama de golpe. Ele foi indiciado, ao lado de outros 36 aliados do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL).