Publicado em 31/03/2025 às 08h45.

Abin sob Lula fez ação hacker contra governo do Paraguai, diz coluna

Ação invadiu computadores para obter informações sigilosas relacionadas à negociação de tarifas de hidrelétrica; agência não se manifestou

Redação
Lula e o presidente do Paraguai, Santiago Peña – Foto: Ricardo Stuckert/PR

 

A Abin (Agência Brasileira de Inteligência) executou uma ação hacker contra autoridades do governo do Paraguai sob o atual governo Lula (PT). O planejamento da operação de espionagem teve início ainda na gestão da agência durante o governo Bolsonaro (PL), mas a ação foi executada com a autorização do atual diretor da Abin de Lula, Luiz Fernando Corrêa. As informaçções são do jornalista Aguirre Talento, colunista do portal UOL.

Segundo a reportagem apurou, ação invadiu computadores para obter informações sigilosas relacionadas à negociação de tarifas da usina hidrelétrica de Itaipu, que é objeto de disputa comercial entre os dois países há muitos anos. Procurados, o diretor Luiz Fernando Corrêa e a assessoria de imprensa da Abin não se manifestaram. O espaço segue aberto para posicionamento.

A ação foi descrita em detalhes em depoimento — obtido com exclusividade pelo UOL — prestado à Polícia Federal por um servidor da Abin que participou diretamente da ação. Um segundo agente da Abin também relatou à PF a existência da operação. O UOL ainda confirmou os fatos com uma terceira pessoa que teve acesso a informações detalhadas da ação.

De acordo com o depoimento do agente, a ação resultou na captura de dados de diversos alvos ligados à cúpula do país vizinho.

A operação aconteceu meses antes de o governo brasileiro fechar um novo acordo sobre os valores pagos ao Paraguai por energia vendida ao Brasil, em maio de 2024. Porém, o agente não explicou se as informações obtidas na ação da Abin foram usadas para favorecer o Brasil na negociação.

A PF apura agora se a operação hacker contra o governo do Paraguai teve caráter ilegal.

A investigação faz parte de inquérito que apura desvios da Abin sob a gestão do ex-diretor Alexandre Ramagem, no governo de Jair Bolsonaro (PL), mas que também passou a detectar suspeitas de irregularidades envolvendo o atual diretor.

Homem de confiança do presidente, Luiz Fernando Corrêa é delegado de Polícia Federal aposentado e chegou a comandar a corporação durante o segundo governo Lula.

 

 

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