Abin vê conexões de atos golpistas com garimpo e empresas de transporte
Em documentos entregues à CPI do 8 de janeiro, os agentes afirmam que 272 caminhões entraram em Brasília a partir de novembro para participar das manifestações


Relatórios de inteligência produzidos pela Abin (Agência Brasileira de Inteligência) indicam a participação de transportadoras, donas de caminhões, e de empresas suspeitas de envolvimento com garimpo ilegal nos atos de bolsonaristas contrários às eleições de Lula (PT).
Em documentos entregues à CPI do 8 de janeiro, os agentes afirmam que 272 caminhões entraram em Brasília a partir de novembro para participar das manifestações concentradas em frente ao quartel-general do Exército, além da destruição das sedes dos Três Poderes.
Cerca de metade dos veículos pertencia a empresas, segundo o relatório. A maior parte da frota restante era nova ou seminova e registrada no nome de pessoas físicas com participação societária em empresas de médio porte do setor agropecuário.
Na leitura da Abin, essas características sinalizam baixa participação de caminhoneiros autônomos.
Conforme A Folha de S.Paulo, empresários de diferentes estados bancaram o envio de caminhões para engrossar o protesto antidemocrático em frente ao QG do Exército.
O relatório sobre possíveis conexões do garimpo ilegal com os atos golpistas foi elaborado em março pela Abin e distribuído para diversos órgãos do governo federal.
Já o documento intitulado “participação de grupos econômicos em comboios de caminhões com destino a Brasília” foi elaborado em fevereiro pela agência.
Neste relatório, os agentes de inteligência afirmam que a ida de caminhões para Brasília ganhou corpo no começo de novembro. Dos 272 veículos identificados, metade (136) tem registro do Mato Grosso. O resto tem placas da Bahia (46), Goiás (46) e Paraná (26), dentre outros estados.
Segundo a Abin, o perfil dos caminhões é similar ao registrado em manifestações de 7 de setembro de 2021, pois nos dois casos os veículos eram ligados a empresas ou empresários. Naquele momento, o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) atacou o STF (Supremo Tribunal Federal) e, dois dias depois, assinou uma carta de recuo para desmobilizar seus apoiadores que cobravam um golpe.
“O mesmo repertório de protestos, empregado de maneira combinada, foi utilizado nas duas ocasiões. Além disso, a base social mobilizada também apresentava aspectos comuns”, afirma a agência.
“Em 6 e 7 de setembro de 2021, a maioria dos caminhões utilizados na invasão da Esplanada pertenciam a empresas agrícolas do ramo de transportes, sendo reduzida a participação de caminhoneiros autônomos. O mesmo pode ser dito dos caminhões enviados em comboio à Brasília a partir de 4 de novembro de 2022”, aponta ainda o relatório.
A agência identificou que ao menos 12 empresas eram donas de mais de um caminhão usado na tentativa de golpe.
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