Publicado em 26/11/2025 às 16h05.

Acabou a cultura do acordo, diz deputado após reunião da bancada da oposição com ACM Neto

"Não haverá mais acordo algum. Essa cultura do acordo é muito ruim para o parlamento", afirmou Luciano

André Souza / Luana Neiva
Foto: Luana Neiva/Bahia.ba

 

A bancada de oposição na Assembleia Legislativa da Bahia (ALBA) decidiu elevar o tom contra o governo Jerônimo Rodrigues (PT) diante do novo pedido de empréstimo encaminhado pelo Executivo estadual, o 22º da atual gestão.

O deputado Luciano Simões (União Brasil) afirmou que a bancada da oposição na Assembleia Legislativa da Bahia (ALBA) não pretende mais atuar em clima de acordo no plenário e cobrou, novamente, transparência sobre os pedidos de empréstimos solicitados pelo governador Jerônimo Rodrigues (PT).

Segundo o parlamentar, a reação ao novo projeto segue a mesma linha adotada pela oposição desde os primeiros pedidos de crédito. “A gente recebeu essa mais nova solicitação do governador da mesma forma que recebeu as demais. Estamos cobrando transparência e a finalidade desses empréstimos. Ninguém aqui faz oposição meramente por oposição, a gente quer saber o motivo dessa demanda que a história da Bahia nunca viu igual”, afirmou.

Luciano disse que há dúvidas sobre o uso dos recursos, levantando a possibilidade de que sejam destinados para pagamento de dívidas com fornecedores e empreiteiras. “A gente quer saber se é para pagar esses débitos, se é para novas obras ou para obras paradas. A gente pede transparência, que é um princípio fundamental da administração pública”, disse.

O deputado também comentou a expectativa gerada pela reunião da bancada com o ex-prefeito ACM Neto (União Brasil), que reativou especulações sobre eventuais migrações de parlamentares governistas para a oposição. De acordo com ele, o ambiente na base do governo é de insatisfação crescente.

“Existe, sim, essa possibilidade. A insatisfação da bancada do governo é latente. Vocês veem a dificuldade do governo para dar quórum aqui. Há uma insatisfação natural, porque os prefeitos e deputados do governo se perguntam que ação é essa do governador, indo para cima dos prefeitos da oposição e deixando de lado os que votaram nele”, disse. Luciano citou o caso de Jequié como exemplo de desgaste: “Se ele cumprir o que prometeu a Jequié, não cumpre três quintos do que prometeu ao resto da Bahia, e Zé Cocá não votou nele”.

O parlamentar também destacou o papel do colega Sandro Regis (União Brasil), que volta a desempenhar protagonismo na articulação oposicionista. “Sandro é o maior carlista da nossa bancada. Quando há conversa com ACM Neto, empolga a todos nós, mas para ele é especial. É o parlamentar mais preparado da nossa bancada, conhece o regimento na palma da mão. Vocês podem ter certeza de que teremos uma postura mais aguerrida no plenário”, afirmou.

Bancada da oposição 

Luciano reconheceu que, até então, a oposição vinha adotando uma atuação mais branda, mas disse que esse ciclo terminou. “É chegada a hora de fazer a nossa parte, de fiscalizar e buscar transparência. O povo da Bahia está vendo que o governo atual é altamente ineficiente”, declarou.

Questionado sobre a prática recorrente de votações por acordo na ALBA, o deputado respondeu que a orientação da oposição será oposta daqui para frente. “Não haverá mais acordo algum. Essa cultura do acordo é muito ruim para o parlamento. Temos votações importantes sem a presença de parlamentares. Vamos para cima, para que o parlamento seja o lugar do grande debate. Acabou a cultura do acordo”, afirmo

André Souza
Jornalista com experiência nas editorias de esporte e política, com passagens pela Premier League Brasil, Varela Net e Prefeitura Municipal de Laje. Apaixonado por esportes e música, atualmente trabalha como repórter de Política no portal bahia.ba.

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