Publicado em 08/09/2025 às 10h49.

Advocacia do Senado pede prisão preventiva de Ciro Gomes

Ciro Gomes (PDT) é réu por violência política de gênero contra prefeita de Crateús Janaína Farias (PT)

Redação
Foto: Reprodução, Rede Globo

 

A Advocacia do Senado pediu a prisão preventiva do ex-governador do Ceará, Ciro Gomes (PDT), por ofensas, ataques e perseguição contra Janaína Farias (PT), ex-senadora e prefeita de Crateús (CE). Ele é réu por violência política de gênero.

O juiz responsável pelo caso na Justiça Eleitoral do Ceará ainda não analisou a solicitação, protocolada em dois documentos nos dias 1º e 4 de setembro.

Segundo as denúncias, Ciro começou a fazer declarações sobre Janaína em abril de 2024, quando ela assumiu como senadora no lugar do ministro da Educação, Camilo Santana. Ele afirmou em discurso que a senadora assumiu por ser “assessora de assuntos de cama” e “cavalo” de Camilo.

Conforme a apuração, ele continuou fazendo declarações semelhantes nos meses seguintes. Perto das eleições municipais, os ataques foram denunciados ao Ministério Público Eleitoral do Ceará. Como Janaína era senadora à época, a Advocacia do Senado entrou e permaneceu como assistente de acusação.

Em agosto deste ano, Ciro voltou a citar Janaína em entrevistas. “A pessoa que recrutava moças pobres de boa aparência para fazer o serviço sexual sujo do senhor Camilo Santana virou senadora pelo Ceará e agora é prefeita de um município do estado. E isso é um desafio para o qual os meus queridos amigos estão me chamando para encarar. É para eu encarar? Eu vou encarar”, disse Ciro.

Segundo a Advocacia do Senado, Ciro Gomes continuou a cometer os crimes com essas falas, mesmo depois de já ter se tornado réu, o que abre caminho para que ele seja preso preventivamente por risco à ordem pública. A procuradoria ainda não se manifestou sobre o pedido de prisão preventiva apresentado pela Advocacia do Senado.

A denúncia do MP contra o ex-governador o acusa de assediar, constranger, humilhar, perseguir ou ameaçar, por qualquer meio, a candidata a cargo eletivo ou detentora de mandato eletivo. A pena é de reclusão de um a quatro anos.

Neste mês, a Justiça Eleitoral do Ceará pediu à Superintendência da Polícia Federal no Ceará a abertura de apuração de eventual crime de perseguição de Ciro contra Janaína.

Em maio deste ano, Ciro foi condenado pelo Tribunal de Justiça do Distrito Federal a pagar indenização de R$ 52 mil reais para Janaína por danos morais.

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