Publicado em 10/06/2025 às 14h08.

Anderson Torres diz não lembrar de minuta golpista e afirma que nunca tratou do tema

Ex-ministro da Justiça afirmou ao STF que documento foi uma "surpresa" e que não sabe quem o produziu

Redação
Foto: Reprodução/TV Câmara

 

O ex-ministro da Justiça Anderson Torres afirmou, nesta terça-feira (10), em depoimento ao Supremo Tribunal Federal (STF), que não se lembrava de ter recebido ou tratado da chamada “minuta golpista” — documento que previa a decretação de estado de defesa no país e a prisão de autoridades para impedir a posse do presidente Luiz Inácio Lula da Silva.

Torres disse que a apreensão do documento pela Polícia Federal, durante uma operação de busca e apreensão em sua residência, foi uma “surpresa”.

“Na verdade, ministro, não é ‘minuta do golpe’, eu brinco que é a ‘minuta do Google’ […] Eu levava duas pastas para casa: uma com a agenda do dia seguinte, eventuais minutas de discurso, e outra com documentos gerais que vinham do Ministério”, afirmou.

O ex-ministro relatou que só se lembrou do documento quando ele foi apreendido. “Foi uma surpresa. O senhor, não sei se acompanhou, mas isso era voz corrente na Esplanada dos Ministérios. Estava difícil trabalhar, inclusive a gente recebia minutas, ideias e uma série de coisas por WhatsApp, em papel.”

Torres negou ter discutido o assunto ou ter dado importância ao material. “Eu nunca tratei isso com ninguém. Isso veio até o meu gabinete no Ministério da Justiça, organizado pela minha assessoria, veio em um envelope, foi parar na minha casa. Mas eu nunca discuti isso, nunca trouxe isso à tona. Foi uma fatalidade. Era para ter sido destruído há muito tempo, eu nunca trabalhei com isso.”

Ele também criticou a qualidade do texto: “O documento era muito mal escrito, cheio de erros de português, de concordância. Até o nome do tribunal estava escrito errado. Não é da minha lavra, não sei quem fez, não sei quem mandou fazer, e nunca discuti esse tipo de assunto”, concluiu.

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