Publicado em 12/10/2019 às 08h11.

Angelo Sá, a testemunha da santa, diz que ela era ‘muito diferenciada’

"Ela tinha um senso de prioridade absoluto. Não tem explicação humana"

Levi Vasconcelos
Foto: Divulgação/Arquidiocese de Salvador
Foto: Divulgação/Arquidiocese de Salvador

 

Por mais de 40 anos conselheiro das Obras Sociais de Irmã Dulce, Angelo Calmon de Sá, dono do antigo Banco Econômico, diz ter tido a felicidade de conviver com ela diariamente nos seus últimos 12 anos de vida.

Ele foi uma das testemunhas do Vaticano no processo de canonização. Quarta última, embarcou para Roma. Não poderia perder. Pouco antes, conversamos sobre a santa.

— Ela tinha um senso de prioridade absoluto. Não tem explicação humana.

Angelo Sá conta que lá um dia, um 15 de dezembro, ela o procurou pedindo ajuda:

— Como eu faço para pagar a folha do 13º?

— Xi, Irmã. Já ajudei a pagar a folha do mês e também tenho que pagar o 13º. Ficou difícil.

Tranquilamente ela se retirou dizendo:

— Não tem problema não. Vou falar com ‘ele’.

Presente

No dia 20 do mesmo dezembro, Paulo Sérgio Tourinho, que também era sócio do Econômico (o dono do Hospital Aliança), que era conselheiro das Obras, mas quase não ia lá, ligou para Irmã Dulce:

— Irmã, estou fazendo aniversário e gostaria que a senhora viesse aqui em casa me dar um abraço.

— Eu vou.

Foi. Ele a recebeu de braços abertos. E falou:

— Irmã, o aniversário é meu, mas sou eu que vou lhe dar um presente. Quanto é a folha do seu 13º?

Ela disse, ele preencheu o cheque. ‘Ele’ resolveu.

Levi Vasconcelos

Levi Vasconcelos é jornalista político, diretor de jornalismo do Bahia.ba e colunista de A Tarde.

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