Publicado em 19/03/2025 às 09h28.

Após anunciar licença, Eduardo Bolsonaro diz que vai pedir asilo político nos EUA

Em entrevista, o deputado afirmou ser alvo de perseguição e disse temer reações do STF à sua saída do país

Redação
Foto: Valter Campanato/Agência Brasil

 

O deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL) afirmou na terça-feira (18) que pretende pedir asilo político, proteção concedida por um Estado a estrangeiros que comprovem ser perseguidos em sua nação de origem, ao governo dos Estados Unidos. A declaração veio horas após o mesmo ter anunciado que se afastaria do cargo de deputado. Eduardo disse também que não possui uma data para retornar ao Brasil.

Segundo matéria do InfoMoney, em entrevista a CNN, Eduardo afirmou ser alvo de perseguição por parte do ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Alexandre de Moraes, e repetiu o discurso bolsonarista sobre a liberdade de expressão estar sendo cerceada no país.

“Não é possível um parlamentar perder o passaporte dele pelo que ele fala. Cadê a imunidade parlamentar?”, afirmou. “Eu não vou me sujeitar a isso e ficar no cabresto de Alexandre de Moraes. Eu me licencio para representar os interesses dos meus eleitores, daqueles que votaram em mim”.

O pedido de licença e a intenção de pedir asilo são mais um capítulo de uma história que se desenvolve desde fevereiro, quando ele embarcou para o que seria sua quarta viagem aos Estados Unidos apenas neste ano. A primeira ocorreu no começo de janeiro, quando ele compareceu a um dos eventos da posse do presidente americano, Donald Trump, ao lado da ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro.

Nos EUA, Eduardo se dedica, principalmente, a tentar convencer autoridades do país que Moraes e o Judiciário brasileiro perseguem o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) e atentam contra a liberdade de expressão, com mobilizações, inclusive, para a apresentação de uma lei no Congresso americano, para criar sanções mirando o ministro do STF, o que motivou a representação de apreensão de seu passaporte.

Já no início deste mês, o filho “zero três” do ex-presidente manifestou preocupação em ter seu passaporte apreendido caso voltasse ao Brasil. O líder do PT na Câmara, Lindbergh Farias, por sua vez, afirmou que só aceitaria o deputado na presidência da Comissão de Relações Exteriores e de Defesa Nacional (CREDN) da Casa, posição para a qual Eduardo era cotado, caso ele estivesse “sem passaporte”.

Farias enviou à Procuradoria-Geral da República (PGR) uma notícia-crime em que acusa Eduardo Bolsonaro de crimes contra a soberania e as instituições brasileiras. A PGR, no entanto, se manifestou na terça, contra o pedido.

À CNN, Eduardo disse temer reações do STF à sua saída do País, tais como bloqueio de contas bancárias. “Ele [Moraes] deve pedir o cancelamento do meu passaporte, deve pedir o bloqueio da minha conta no Brasil e fazer um pedido de extradição”, enumerou.

O deputado também deu a entender que continuará sua mobilização por sanções do Estado americano contra seus opositores políticos: “O ministro do STF que seguir Moraes nas decisões contra a liberdade de expressão vai correr o risco de sofrer as mesmas sanções”, afirmou.

Mais notícias

Este site armazena cookies para coletar informações e melhorar sua experiência de navegação. Gerencie seus cookies ou consulte nossa política.