Publicado em 14/03/2025 às 11h11.

Auditores são concursados, rebate secretário de Jerônimo após Bruno chamar MTE de petista

"Eu quero convidar o prefeito a ir conosco acompanhar a situação que os ambulantes vivem no Carnaval de Salvador e nas semanas que antecedem", afirmou

André Souza
Foto: Alexnaldo Santos/bahia.ba

 

O secretário do Trabalho, Emprego, Renda e Esporte da Bahia, Augusto Vasconcelos, rebateu as declarações do prefeito de Salvador, Bruno Reis (União Brasil), que afirmou que o Ministério do Trabalho e Emprego atua com viés petista. A declaração do prefeito ocorreu após a pasta federal notificar a Ambev e a Prefeitura de Salvador por suposta exploração de trabalho análogo ao escravo de ambulantes durante o Carnaval de 2025.

Vasconcelos defendeu a atuação dos auditores fiscais e criticou a gestão municipal pela falta de estrutura oferecida aos trabalhadores informais durante a festa.

“Eu quero convidar o prefeito a ir conosco a acompanhar a situação que os ambulantes vivem no Carnaval de Salvador e nas semanas que antecedem. Talvez ele, por ficar mais em camarotes, em espaços privilegiados, acabe não conhecendo a realidade dessas famílias. E é necessário que ele calce a sandália da humildade para entender que a fiscalização foi feita por uma auditoria com profissionais de carreira, que são concursados, que tem responsabilidade daquilo que estão realizando”, afirmou.

O secretário ressaltou que a fiscalização foi conduzida por profissionais concursados e repudiou a precariedade enfrentada pelos trabalhadores. “No Carnaval de Salvador, eu acho que não precisa nem ter auditor para perceber as condições indecentes com que vivem as famílias, para guardar o lugar numa calçada, para passar mais de dez dias sem ter espaço para tomar um banho, sem fornecimento de água ou banheiros públicos adequados”, disse.

Ele também relembrou as medidas adotadas pelo governo estadual para minimizar o problema, como a instalação de chuveiros e a distribuição de kits de higiene para catadores de recicláveis. “O governo do estado desenvolveu ações e convidamos a prefeitura a nos ajudar nisso. Nós contratamos containers com chuveiros, fornecemos kits de higiene, fizemos convênio com a Receita Federal para distribuir mochilas e garantimos alimentação. O governador esteve comigo, almoçamos com os catadores no Carnaval. O prefeito fez isso?”, questionou.

O titular da Setre cobrou uma atuação mais efetiva da administração municipal para o Carnaval de 2026. “A grande questão é essa: a exuberância e a riqueza do Carnaval precisam chegar na ponta, especialmente para os trabalhadores historicamente mais invisibilizados”, concluiu.

Veja a declaração de Augusto Vasconcelos

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