Publicado em 21/07/2016 às 18h00.

Após denúncias, Petrobras afasta gerente executivo de Comunicação

Medida ocorreu após denúncia de O Globo revelando uso de recursos da estatal para patrocinar entrada de políticos e dirigentes em camarotes no carnaval da Bahia

Redação
Funcionário de carreira da Petrobras, Luiz Fernando Nery foi afastado da gerência de Comunicação e será alocado em outra função (Foto: Memória Petrobras)
Funcionário de carreira da Petrobras, Nery é afastado da gerência de Comunicação e será alocado em outra função (Foto: Memória Petrobras)

 

Em nota, a Petrobras anunciou nesta quinta-feira (21) o afastamento de Luis Fernando Maia Nery da gerência executiva de comunicação da companhia. Embora a estatal não confirme, o afastamento aconteceu após denúncia do jornal O Globo, publicada na sua edição desta quinta, revelando farra durante carnaval de Salvador, beneficiando políticos, dirigentes da estatal e até o ex-secretário particular da presidente afastada Dilma Rousseff, que assistiram – literalmente – de camarote à festa às custas da estatal.

Com o afastamento de Nery, funcionário de carreira da empresa, assume interinamento a área Antônio Augusto Almeida Faria, chefe de gabinete da presidência da estatal. O ex-gerente será alocado em outra função.

Na mesma nota em que anuncia a decisão, a direção da estatal reafirma o desejo de concluir até o mês de agosto as apurações sobre irregularidades na gerência de comunicação da estatal na Bahia. Na farra de ingressos mostradas nesta quinta-feira pela reportagem de O Globo, os recursos serviram até para bancar um trio elétrico da família de um ex-dirigente.

“A decisão se enquadra na visão de que a Petrobras passará por um processo de renovação de sua comunicação interna, externa e de marcas após a revisão do planejamento estratégico da companhia, o que deve ocorrer até o fim de setembro”, diz a nota.

Nery tinha substituído Wilson Santarosa, demitido no ano passado do cargo depois de 12 anos na função. Antes, tinha sido um auxiliar próximo dele. Nessa condição, chegou a depor em uma CPI que investigou a Petrobras em 2009 defendendo a política de patrocínios da companhia.

A Petrobras reitera que fez mudanças para restringir os patrocínios no carnaval baiano apenas a blocos afros e centralizar na sede as contratações da área de comunicação. A Petrobras diz ainda que tomará medidas legais para buscar o ressarcimento de danos, além de enviar a órgãos de investigação a conclusão de suas apurações internas.

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