Publicado em 04/12/2025 às 08h45.

Após menção a deputado baiano, Toffoli define competência do STF no caso Banco Master

Decisão do Supremo transfere investigação pois João Carlos Bacelar (PL-BA), citado em contrato, teria foro privilegiado

Raquel Franco
Fotos: Gustavo Lima/Agência Câmara | Divulgação

 

O ministro Dias Toffoli, do Supremo Tribunal Federal (STF), definiu nesta terça-feira (3) que as investigações envolvendo o Banco Master e seus executivos terão a competência da Corte. A decisão acata um pedido da defesa do empresário Daniel Vorcaro, proprietário da instituição financeira, e centraliza o inquérito no Supremo.

Segundo informações da CNN, o principal ponto que justificou a transferência da investigação para o STF é a menção a um deputado federal da Bahia. A defesa de Vorcaro anexou ao processo um contrato imobiliário apreendido pela Polícia Federal (PF) que, segundo eles, cita diretamente o deputado federal João Carlos Bacelar (PL-BA).

De acordo com o Estadão, o documento detalha as condições para a compra de um imóvel em Trancoso, em Porto Seguro, no sul da Bahia, no valor de R$ 250 milhões. A aquisição seria feita por uma empresa de Bacelar. Segundo o deputado, Vorcaro recebeu os documentos porque tinha interesse em comprar a casa, mas o negócio não foi adiante por conta das dificuldades financeiras do Master.

“Neste sentido, qualquer medida judicial há de ser avaliada previamente por esta Corte e não mais pela instância inferior”, determinou o ministro, ao reconhecer a possibilidade de um dos citados nas investigações possuir foro especial, impondo sigilo ao caso.

Com a decisão, toda e qualquer nova diligência ou medida investigativa relacionada ao caso deve ser previamente submetida ao STF, retirando o poder de atuação de instâncias inferiores, como a Justiça Federal de primeiro grau.

Apesar do sigilo, Toffoli também autorizou o acesso da defesa de outro investigado, Luiz Antonio Bull, aos elementos de prova já documentados, seguindo a Súmula 14 do STF. A Polícia Federal também foi autorizada a acessar o material, mas com a ressalva expressa de que futuras medidas investigativas dependem da autorização do Supremo.

Raquel Franco
Natural de Brasília, formou-se em produção em comunicação e cultura e em jornalismo pela Universidade Federal da Bahia (UFBA). Também é fotógrafa formada pelo Labfoto. Foi trainee de jornalismo ambiental na Folha de S.Paulo.

Mais notícias

Este site armazena cookies para coletar informações e melhorar sua experiência de navegação. Settings ou consulte nossa política.