Publicado em 25/07/2025 às 11h06.

‘Aqui ninguém põe a mão’, diz Lula após EUA demonstrarem interesse em minerais brasileiros

O presidente afirmou que os recursos naturais pertencem ao povo brasileiro e não serão negociados sem respeito à soberania nacional

Redação
Foto: Ricardo Stuckert/PR

 

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva endureceu o tom contra o governo dos Estados Unidos após a Casa Branca ter declarado seu interesse em minerais estratégicos do Brasil. Durante um evento público em Minas Gerais, na quinta-feira (24), o petista afirmou que os recursos naturais pertencem ao povo brasileiro e não serão negociados sem respeito à soberania nacional.

“Temos todo o nosso petróleo para proteger. Temos todo o nosso ouro para proteger. Temos todos os minerais ricos que vocês querem para proteger. E aqui ninguém põe a mão. Este país é do povo brasileiro”, disse o presidente durante cerimônia em Minas Novas (MG), em referência direta ao governo dos EUA.

Segundo matéria do InfoMoney, as declarações ocorrem há oito dias do início da tarifa de 50% imposta pelo presidente americano, Donald Trump, sobre produtos brasileiros, e são uma resposta ao encontro entre Gabriel Escobar, encarregado de negócios da embaixada americana no Brasil, e representantes do Instituto Brasileiro de Mineração (Ibram).

Na reunião, o diplomata manifestou o interesse do governo americano em firmar acordos para a aquisição de minerais como o lítio, o nióbio e as chamadas terras raras – elementos comumente encontrados na Amazônia.

O lítio e o nióbio são considerados minerais críticos e estratégicos para tecnologias emergentes, como chips, baterias, equipamentos militares e geração de energia limpa. O Brasil tem a segunda maior reserva de terras raras do mundo, mas participa com apenas 1% da produção global.

O interesse de Donald Trump por minerais estratégicos não se restringe ao Brasil. O atual presidente americano fechou em abril um acordo com a Ucrânia exigindo o fornecimento de terras raras em troca da ajuda militar enviada na guerra contra a Rússia. O republicano também tem buscado negociações similares com a China.

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