Publicado em 06/08/2025 às 15h50.

Barroso cogita deixar o STF após fim da presidência da Corte

Ministro estaria frustrado com divisão interna e teme sanções internacionais com eventual volta de Trump

Redação
Foto: Fabio Rodrigues-Pozzebom/ Agência Brasil

 

O Supremo Tribunal Federal (STF) vive um momento interno delicado. O presidente da Corte, ministro Luís Roberto Barroso, teria demonstrado frustração com o ambiente de crescente divisão entre os colegas e já estaria cogitando deixar o STF após sair do comando do Tribunal. As informações foram reveladas pelo site Poder360 nesta quarta-feira (6).

De acordo com o veículo, Barroso tem, em público, evitado confrontos e buscado suavizar a exposição da Corte. Nos bastidores, porém, aliados relatam um sentimento de impotência diante da situação interna. Segundo o site, “quem conversa com o presidente do Supremo fica com a impressão de que ele pode sair do Tribunal depois de deixar o cargo, no final de setembro”.

Caso realmente saia da Corte, Barroso anteciparia em sete anos e meio sua aposentadoria, que só ocorreria compulsoriamente em março de 2033. Dos 11 ministros, ele é o magistrado com mais conexões com os Estados Unidos, o que o tornaria mais vulnerável a eventuais sanções do presidente americano Donald Trump. Barroso tem imóveis em Miami e costuma passar temporadas acadêmicas em Harvard.

Se a saída for confirmada, o presidente Lula (PT) poderá nomear mais um ministro para o STF. Ele já indicou Cristiano Zanin e Flávio Dino em seu terceiro mandato. Entre os nomes cotados para uma eventual nova indicação estão: Bruno Dantas (ministro do TCU), Jorge Messias (advogado-geral da União), Rodrigo Pacheco (senador, PSD) e Vinícius Carvalho (ministro da CGU).

Nos bastidores, o Poder360 relatou que cinco ministros confidenciaram a interlocutores desconforto com a forma como Alexandre de Moraes tem conduzido os casos relacionados ao ex-presidente Jair Bolsonaro (PL). A mais recente decisão — que determinou prisão domiciliar com tornozeleira eletrônica para o ex-presidente — gerou novo atrito. A avaliação predominante é que Moraes se precipitou.

Outro ponto de tensão é o temor crescente de que ministros do STF possam ser incluídos em sanções internacionais, especialmente por meio da Lei Magnitsky, legislação dos EUA que permite o bloqueio de bens e restrições de movimentação contra acusados de violar direitos humanos e práticas antidemocráticas.

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