Publicado em 26/02/2025 às 14h17.

Barroso defende punição aos envolvidos no 8/1 para ‘evitar novos atos extremistas’

O ministro reconheceu que os processos relacionados aos atos golpistas podem afetar a imagem do STF e gerar divisões na sociedade

Redação
Foto: Carlos Moura/STF

O presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), ministro Luís Roberto Barroso, afirmou nesta quarta-feira (26) que é essencial punir adequadamente os envolvidos nos ataques à Praça dos Três Poderes em 8 de janeiro de 2023, a fim de evitar que novos atos extremistas ocorram no país.

Segundo matéria do InfoMoney, Barroso disse que uma impunidade aos envolvidos nos ataques, poderia ser interpretada como um incentivo para que grupos políticos tentem ações semelhantes no futuro.

“A visão do Supremo é que não punir adequadamente esse crime seria um incentivo para que se repita, para quem perder da próxima vez [as eleições] não ache que pode fazer a mesma coisa”, afirmou Barroso durante um evento do banco BTG Pactual.

O ministro destacou também a necessidade de romper com a tradição de instabilidade institucional no país. “Precisamos encerrar o ciclo da história brasileira em que a quebra da legalidade constitucional fazia parte da rotina, como sempre foi na vida brasileira”, acrescentou.

Impacto dos julgamentos

Barroso reconheceu, porém, que os processos relacionados aos atos golpistas podem afetar a imagem do STF e gerar divisões na sociedade. “O país acalmou do ponto de vista institucional e nas relações entre os Poderes, mas, na perspectiva do Supremo, ainda enfrentamos as circunstâncias que advêm dos julgamentos do 8 de janeiro”, afirmou.

Desde os ataques, o STF já condenou 371 pessoas, incluindo manifestantes que depredaram prédios públicos e aqueles que acamparam em frente ao Quartel-General do Exército em Brasília. Além disso, 527 acusados fecharam acordos com a Justiça, representando quase 34% das 1.552 ações movidas pelo Ministério Público.

Nos próximos meses, os processos devem ganhar ainda mais relevância política, uma vez que o STF deverá analisar as denúncias da Procuradoria-Geral da República (PGR) contra a alta cúpula do governo à época, incluindo o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL).

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