Publicado em 28/10/2025 às 16h36.

‘Bíblia deve ser parte do acervo pedagógico das escolas’, diz Diego Castro

Deputado argumentou que o projeto não fere o caráter laico do Estado, que, segundo ele, garante liberdade religiosa e pluralidade de crenças

Luana Neiva / André Souza
Foto: Reprodução / Assessoria

 

O deputado estadual Diego Castro (PL) apresentou um projeto de lei na Assembleia Legislativa da Bahia (ALBA) que propõe a inclusão da Bíblia Sagrada no currículo das escolas públicas estaduais. A proposta prevê que o texto seja estudado sob perspectivas literária, cultural e histórica, sem caráter religioso obrigatório.

Em entrevista a bahia.ba, o parlamentar afirmou que o objetivo do projeto é tornar a Bíblia acessível como referência histórica, antropológica e cultural dentro da rotina pedagógica. “A participação é facultativa, o que a gente quer tornar obrigatório é que a Bíblia seja acessível dentro do acervo pedagógico, bibliotecário das instituições de ensino e que seus fundamentos não possam ser negados, assim como diversos outros são utilizados”, explicou.

Diego Castro argumentou que o projeto não fere o caráter laico do Estado, que, segundo ele, garante liberdade religiosa e pluralidade de crenças. “O Estado é laico, sim, mas nunca foi laicista. A ideia de estado laico é um estado que permite todas as celebrações religiosas, e estamos falando da maior de todas. Nosso povo é majoritariamente cristão, cerca de 80% da população. A ideia de escola pública também tem raízes cristãs, voltada para ensino universal e acessível a todos”, disse.

O deputado também rebateu críticas de que o projeto poderia obrigar estudantes de outras crenças a seguir o conteúdo. “Muitas mentiras estão sendo disseminadas, como se o projeto obrigasse estudantes de outros credos a participarem do ensino que não acreditam. Não tem nada a ver com isso”, afirmou.

Segundo Diego Castro, a iniciativa se inspira em leis já existentes que incluem conteúdos de culturas afro-brasileiras nas escolas, sem que haja questionamento sobre a compatibilidade com o Estado laico. “Infelizmente, na cultura legalista em que vivemos, se tornam necessários mecanismos como este para garantir isonomia e respeito às diferentes crenças, especialmente em um Estado como a Bahia, com população majoritariamente cristã”, completou.

 

Luana Neiva
Jornalista formada pela Estácio Bahia com experiências profissionais em redações, assessoria de imprensa e produção de rádio. Possui passagens no BNews, iBahia, Secom e Texto&Cia.

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