Bolsonaro expressa descontentamento perante passaporte recusado

Com o passaporte apreendido desde fevereiro de 2024, devido a uma investigação sobre tentativa de golpe, o ex-presidente Jair Bolsonaro expressou descontentamento, na quinta-feira (16), ao ter seu pedido de devolução negado pelo ministro do Supremo Tribunal de Justiça (STF) Alexandre de Moraes. Bolsonaro pediu para viajar aos Estados Unidos (EUA) para participar da cerimônia de posse do presidente norte-americado, Donald Trump, na próxima segunda-feira (20).

“Não estou indo para uma festa de batizado, da filha ou da neta de ninguém. É um evento de posse da maior democracia do mundo”, justificou Bolsonaro em seu pedido.

O ministro já deu encaminhamento de sua negativa á Procuradoria-Geral da República (PGR). “Mantenho a decisão que indeferiu os pedidos formulados por Jair Messias Bolsonaro por seus próprios fundamentos. Encaminhem-se os autos à Procuradoria-Geral da República para manifestação, no prazo de 5 (cinco) dias, nos termos do art. 52, XIII, do Regimento Interno desta Suprema Corte”, expressou Moraes.

O relacionamento entre Bolsonaro e Trump se dá de maneira amistosa, havendo aproximação de ideologias a políticas. Ambos encontram-se associados ao populismo de direita, além de compartilharem visões conservadoras, sobretudo no que se refere à segurança, economia e valores sociais tradicionais. Durante os seus mandatos, ambos tentaram fortalecer as relações comerciais e políticas entre o Brasil e os Estados Unidos.

Bolsonaro expressou admiração por Trump durante a sua campanha eleitoral em 2018, utilizando a retórica populista e anti-establishment (antissistema) que Trump também utilizou.

Os dois se encontraram em diversas ocasiões, durante eventos internacionais, e suas interações foram amplamente cobertas pela mídia.

Bolsonaro, que enfrenta um indiciamento por tentativa de golpe de Estado, declarou que a comunicação sobre o convite não seguiu os procedimentos adequados, tendo sido enviado por um endereço eletrônico desconhecido e sem a programação do evento, mas enfatizou o relacionamento positivo que estabelece com Trump. A defesa de Bolsonaro enfrentará dificuldades, já que a Procuradoria-Geral da República não encontrou justificativas para flexibilizar a restrição de seu passaporte.

A defesa do ex-presidente havia pedido a liberação de seu passaporte, alegando que Bolsonaro foi “honrado ao receber, diretamente do Comitê de Posse Presidencial, convite formal” para participar das solenidades de posse nos EUA.

Bolsonaro afirmou que sua esposa, Michelle, vai representá-lo e receberá “um tratamento bastante especial” devido à “consideração” e à “amizade construída durante dois anos” entre ele e o presidente norte-americano eleito.

Contém informações de: InfoMoney e CNN.