Levi Vasconcelos é jornalista político, diretor de jornalismo do Bahia.ba e colunista de A Tarde.
Bolsonaro, o extremo da extrema estupidez vem de longe
Deputado federal evoca para si o direito da imunidade à punições que a condição de deputado, já no sexto mandato, lhe confere
“Os animais selvagens nunca matam por divertimento. O homem é a única criatura para quem a tortura e a morte dos seus semelhantes são divertidas por si”
Jair Bolsonaro (PP-RJ) ganhou notoriedade mundial ao votar no impeachment de Dilma reverenciando o coronel Carlos Alberto Brilhante Ustra, um torturador confesso na ditadura militar, a quem ele chamou de “o pavor de Dilma”.
Apologia da tortura, dizem. Bolsonaro evoca para si o direito da imunidade a punições que a condição de deputado, já no sexto mandato, lhe confere.
É um mau uso do princípio, no mínimo, desvio de finalidade, como também o é, no mesmo nível de gravidade, corruptos se ancorarem no princípio para assegurar o direito à impunidade.
Mas Bolsonaro já é vezeiro em fazer apologia da violência contra personalidades públicas, contra as mulheres e homossexuais.
Dizem que ele é de extrema direita, cujos atos destemperados se confundem com os de outros extremados, inclusos os de esquerda. Há direitistas polidos, educados, intelectualizados. E por aí, ele seria o lixo do segmento pelo que lhe falta de civilidade, de respeito, de incapacidade de assimilar minimamente a possibilidade de convivência harmoniosa com os que não pensam como ele. Lamentável.
Não há direito que se sobreponha ao direito mais sagrado, que é o de respeito às práticas mais civilizadas, aquilo que as pessoas de bom senso buscam sempre para a humanidade.
Veja outros atentados cometidos por Bolsonaro com a sua oratória verborrágica.
“O grande erro da ditadura foi não matar vagabundos e canalhas como Fernando Henrique”
Em 1997, sobre o governo de Fernando Henrique Cardoso.
“O erro da ditadura foi torturar e não matar”
Em discussão com manifestantes.
“Seria incapaz de amar um filho homossexual. Prefiro que um filho meu morra num acidente do que apareça com um bigodudo por aí”
Sobre homossexualidade.
“Não te estupro porque você não merece”
Em discussão com a deputada Maria do Rosário.
“Mulher deve ganhar salário menor porque engravida”
No entendimento dele, a mulher ganha seis meses de licença e depois mais um de férias por isso trabalha cinco meses no ano quando engravida.
Perdas baianas
Duas notícias sobre as finanças do governo baiano: uma mais ou menos boa e uma ruim.
A “boa”: apesar da crise, a arrecadação própria do estado subiu no primeiro trimestre em torno de 6,2%. É abaixo da inflação, mas bem melhor que o governo federal, que registra perdas nominais desde o ano passado.
Em 2015, a arrecadação do ICMS na Bahia foi o dobro da média nacional.
A ruim: a queda nos repasses da União é o grande calo. Os cálculos da Sefaz mostram que, se o FPE tivesse mantido crescimento equivalente ao de 2012, o estado teria recebido cerca de R$ 1 bilhão a mais em 2015, o que dá ideia das perdas acumuladas.
Arrocho total
O governo ostenta como trunfo o fato de estar pagando aos servidores em dia, sem parcelar salários como a maioria dos estados.
Mas Rui Costa tem advertido: todo cuidado é pouco. A ordem é conter gastos.
Ensinando a empreender
Edival Passos, ex-superintendente do Sebrae na Bahia, pilota hoje na Fieb, uma das suas novas paixões, a criatividade nos empreendimentos empresariais, no I Seminário de Empresários Empreendedores da Bahia.
— O grupo reúne pessoas de todos os matizes, a exemplo de Joaci Góes, que discutiam ideias em rede e agora vão se encontrar pela primeira vez. É algo inédito.
Criatividade é o xís
Edival diz que vê pelo Brasil afora, a Bahia no particular, pessoas pegarem matérias-primas bastante acessíveis ou elementos da cultura popular, e transformar em produtos duplamente rentáveis: geram renda e divertem quem os faz.
– A ideia é expandir essa cultura.
Dodô e Daniela
Essa da Câmara de Salvador aprovar projeto de indicação da vereadora Vânia Galvão (PT), que tira o nome de Dodô do circuito carnavalesco Barra-Ondina para botar o de Daniela Mercury, em nome de homenagear as mulheres, causou arrepios em alguns ciclos acadêmicos de história.
Simples. Ficar trocando nomes ao sabor do momento é um desserviço à história. Nada impede, por exemplo, que, adiante, tirem Daniela para colocar outro nome qualquer, mesmo que de mulher. Sem falar que, no caso, ofende a memória de Dodô.
Eternamente Wall Street
O historiador Cid Teixeira sempre cita que o maior centro financeiro do mundo, em Nova Iorque, é a Wall Street, ou Rua do Muro, eternamente chamada assim.
Aqui é que fica esse samba do crioulo doido, em um ano é Dodô, no outro Daniela.
E haja registro histórico.
Serra da Jiboia
Um grupo de professores da UFRB e ambientalistas estão empenhados em convencer o governo a transformar a Serra da Jiboia, que estende-se por 15 municípios, entre Elísio Medrado e Santa Terezinha, em um Parque Estadual ou Nacional.
O assunto foi pauta na Comissão do Meio Ambiente da Assembleia.
Hoje, em Santa Terezinha, a Serra é um dos grandes points da Bahia para os praticantes de asa delta.
Rã de fogo
O biólogo Marcos Lhano, da UFRB, diz que na Serra da Jiboia há catalogados, só para falar dos mais raros, 30 espécies de aves e 15 de mamíferos, além da rã de fogo, espécie só encontrada lá.
– A preservação é um sonho dos baianos que conhecem a área.
Uber em pauta
A julgar pelo rebuliço nas redes sociais, a população de Salvador não gostou nem um pouco da aprovação do projeto que proibiu o Uber.
Depois que a Câmara rejeitou o Uber por unanimidade, o barulho nas redes sociais pautou o ti-ti-ti.
A maioria é a favor.
A hora da mandioca
Joselito Motta, pesquisador da Embrapa, garante que a mistura de 10% da farinha de mandioca no trigo do pão para fazer o pãozinho baiano, como quer o projeto do deputado Eduardo Salles (PP), apresentado na Assembleia, é perfeitamente viável.
A ideia é adicionar 2% a cada ano para, em cinco anos, chegar a 10%.
Diz Eduardo que, se o projeto se viabilizar, a mandioca entra na cadeia elementar de larga escala em definitivo.
Nova moda
Jornalistas de Feira de Santana todos os anos formam o Bloco Zero Hora, para desfilar na micareta.
Ontem foi dia, mas houve um probleminha. O rei Emerson Azevedo, democraticamente eleito com maioria dos votos, sentiu-se mal e não foi. O fotógrafo Luiz Tito subiu ao trono no lugar, sem eleição.
Na folia, os jornalistas tiraram sarro: a moda agora é subir ao poder sem voto.
Governo x governo
A assessoria do governo esclarece: quem foi notificado pelo Procon por conta da água salobra em Itabuna foi a Emasa, serviço municipal, e não a Embasa (estadual), como ontem dissemos na nota Governo x governo. A Embasa pegou a ponta por estar distribuindo água em carros pipa.
Diz também que o governo liberou R$ 3,8 milhões para ações de curto prazo, como o envio de carros-pipa. E toma providência a longo prazo.
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