Publicado em 22/07/2025 às 16h38.

Boulos critica manobras para manter Eduardo Bolsonaro na Câmara

Deputado condena articulações de aliados e diz que "todas as máscaras vão cair"

Redação
Foto: Vinicius Loures/Câmara dos Deputados

 

O deputado federal Guilherme Boulos (PSOL-SP) criticou duramente nesta terça-feira (22) as articulações em curso para preservar o mandato de Eduardo Bolsonaro (PL-SP), que permanece nos Estados Unidos desde o início do ano, mesmo após o fim da licença parlamentar.

Em entrevista ao UOL News, o psolista afirmou que, se os bolsonaristas insistirem em criar manobras para garantir o cargo do colega, “todas as máscaras vão cair”.

“Dos três deputados mais votados do estado de São Paulo, sou o único exercendo mandato e honrando os votos que recebi do povo paulista. Uma fugiu para a Itália [Carla Zambelli] e o outro fugiu para Miami [Eduardo Bolsonaro] e lá estão”, ironizou.

Boulos também disse estar “ansioso para ver até onde vai a cara de pau dos bolsonaristas”, em referência às propostas que buscam viabilizar o trabalho remoto para Eduardo ou mesmo uma extensão de licença com manutenção de salário e uso de verba de gabinete.

Alternativas para Eduardo Bolsonaro

Com o encerramento oficial da licença de Eduardo no último domingo (20), aliados do deputado tentam alternativas para que ele continue nos EUA sem perder o cargo.

Uma das possibilidades em análise é a nomeação para uma secretaria no governo do Rio de Janeiro, sob comando do governador Cláudio Castro (PL), o que garantiria foro e justificativa formal para sua permanência fora do país.

Para Boulos, a eventual aprovação dessas medidas representaria uma afronta à sociedade.

“Querem votar para um deputado, que já aparece institucionalmente três vezes na Câmara, trabalhar remotamente ou ter mais folgas para facilitar a presença do Eduardo em Miami. Isso não tem o menor cabimento e gerará uma rejeição profunda da sociedade brasileira”, criticou.

Boulos cobra apuração do caso

O parlamentar defendeu que o caso seja analisado pelo Conselho de Ética da Câmara. Segundo ele, Eduardo Bolsonaro pode responder não apenas por abandono de mandato, mas também por quebra de decoro.

“Temos que tratar de dois procedimentos. Um é a perda de mandato, não só por abandono, mas por conspirar contra o país. O outro é a condenação criminal por crime de lesa-pátria”, completou.

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