Publicado em 02/10/2025 às 09h28.

Brasil e EUA articulam encontro de Lula e Trump em um terceiro país

Brasília tem indicado a cúpula da ASEAN, que ocorrerá neste mês, na Malásia, como um local ideal para as conversas

Redação
Foto: Ricardo Stuckert/PR e Reprodução/White House

 

Os governos do Brasil e dos Estados Unidos estão trabalhando em conjunto para organizar o encontro presencial entre os presidentes Luiz Inácio Lula da Silva e Donald Trump, com a possibilidade do encontro ocorrer em um terceiro país, é o que afirmam diversos funcionários brasileiros familiarizados com a situação, segundo informações do portal Bloomberg.

Brasília tem indicado a cúpula da Associação das Nações do Sudeste Asiático (ASEAN), que ocorrerá neste mês, na Malásia, como um local ideal para as conversas, disseram os funcionários, que pediram anonimato para discutir assuntos sensíveis. A ideia é proporcionar a oportunidade para que os líderes se encontrem em um local neutro, em vez da Casa Branca ou do Palácio do Planalto.

As relações entre EUA e Brasil se deterioraram acentuadamente nos últimos meses, após Trump impor tarifas de 50% sobre diversos produtos brasileiros e sanções ao ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal, em retaliação ao julgamento do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), condenado pela Corte em setembro por tentativa de golpe.

No entanto, sinais de uma reaproximação entre os dois países surgiram durante a Assembleia Geral das Nações Unidas em Nova York na semana passada, quando Trump disse ter se encontrado com Lula, e fez elogios ao petista, dizendo que eles tinham “boa química” e que haviam discutido rapidamente a possibilidade de uma reunião para conversar sobre suas diferenças.

Trump ainda não confirmou oficialmente sua participação na cúpula da ASEAN, mas é esperado que ele visite a Malásia como parte de uma viagem programada pela Ásia, que também incluiria paradas no Japão e na Coreia do Sul. Lula seguirá para Kuala Lumpur, capital da Malásia, após uma visita de Estado à Indonésia, parte de seus esforços para aprofundar os laços comerciais com a região.

O encontro com Trump é tratado como prioridade máxima pelo presidente brasileiro, segundo dois funcionários familiarizados com a situação. Mas o líder brasileiro também está focado em garantir que o encontro seja eficaz, e quer ter certeza de que terá dados e informações suficientes para apresentar a Trump antes de agendar o encontro, disse um dos funcionários.

Na quarta-feira (1º), o ministro das Relações Exteriores do Brasil, Mauro Vieira, afirmou ter conversado com assessores de Trump sobre um possível encontro, e sugeriu que este poderia ocorrer em um terceiro país.

“Pode ser uma ligação telefônica, uma videochamada, assim como um encontro em um momento específico em que ambos estejam presentes no mesmo evento internacional”, disse Vieira durante uma aparição no Congresso, acrescentando que atualmente não há arranjos para Trump visitar o Brasil ou para uma viagem de Lula a Washington.

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